segunda-feira, 15 de abril de 2013

Bárbara Heliodora

Heroínas brasileiras foram poucas, dada a aversão que o brasileiro tem ao sexo feminino fora do fogão ou do tanque, ou expondo desesperadamente o corpo em troca de miúdos. Violentamente combatidas são todas as que fogem a esta regra. Esta foi uma que conseguiu, ainda assim, passar a posteridade.

Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira (São João del-Rei, c. 1758* — São Gonçalo do Sapucaí, 24 de maio de 1819) foi uma poetisa brasileira. Foram seus pais o Dr. José da Silveira e Sousa e D. Maria Josefa Bueno da Cunha. Para alguns estudiosos, era descendente de uma das famílias paulistas mais ilustres: a de Amador Bueno, o aclamado. (fonte: antoniomiranda.com.br).
Foi a primeira poetisa brasileira. Daí o leitor já tem uma ideia de sua força, garra e persistência. Aos 20 anos apaixonou-se pelo poeta (e inconfidente - sim da turma do Tirandentes, dãã) Alvarenga Peixoto. Deste amor nasceu Maria Efigência, antes do casamento, numa época pré-histórica dos direitos humanos e das mulheres. Participou ativamente da organização da inconfidência brasileira, que pretendia libertar o país, como já havia acontecido nos Estados Unidos. Alvarenga lhe escreveu muitos poemas, este trecho é da primeira fase:

''Bárbara bela, Do Norte estrela,
Que o meu destino sabes guiar,
De ti ausente Triste somente
As horas passo A suspirar.''

  
Este relacionamento terminou trágicamente com a morte de Alvarenga no infeliz episódio da morte cruel e covarde de Tiradentes e prisão e morte dos demais membros do grupo. Antes de sua morte, no entanto ele lhe escreveu poemas, dentre os quais destaco este:

''Água e pomo faminto não procuro;
grossa pedra não cansa a humanidade;
a pássaro voraz eu não aturo.


Estes males não sinto, é bem verdade;
porém sinto outro mal inda mais duro:
da consorte e dos filhos a saudade!




 Ousada para sua época, Bárbara foi a primeira Mulher poeta do Brasil, umas das ideologias organizadoras da inconfidência Mineira, teve uma filha antes do casamento e, mesmo depois de casada, fez questão de continuar com seu nome de solteira. Após a morte do marido, Bárbara ainda administrou os negócios da família, e cuidou da educação dos seus 4 filhos.

Era a poetisa dos inconfidentes, e chamada de princesa do Brasil por eles, e sua filha
Maria Efigênia de princesinha do Brasil. Lutou e conseguiu manter 50% dos seus bens, fato inédito.
Para denegrir sua imagem, diziam que ela andava esfarrapada e louca, mas isso foi comprovado ser mentira. Viveu forte, combativa e lúcida até o último momento de sua vida.

Sua obra, naturalmente, foi destruída e apenas três de seus inúmeros poemas foram preservados: um para sua primeira filha, quando morreu prematuramente, e outro - Conselho a meus filhos. Trecho do poema ''O sonho''

''Não vos deixeis enganar
Por amigos, nem amigas;
Rapazes e raparigas
Não sabem mais, que asnear;
As conversas, e as intrigas
Servem de precipitar.''



Existe uma visita virtual ao museu da inconfidência onde imagens desta época em que viveram tantos personagens intensos e inconformistas (para nós o pior defeito de alguém é ser conformista) podem nos dar ainda mais pena do ´pái s de hoje, click:

http://www.museudainconfidencia.gov.br/interno.php




 

 
 
 
 

sábado, 13 de abril de 2013

Bj

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A cura do tédio pela pasta de Spam

Estava procurando uma senha que esqueci e a mensagem desapareceu,
quando tive que ir atrás daquele terrítório jamais explorado, e sempre eliminado sumariamente que é a pasta de spams. O resultado foi uma viagem no tempo e no espaço! Ali, enquanto apagava aos  kilos e toneladas, encontrava coisas que abria por curiosidade. E ri muito, pra não chorar, e acabei até chorando de rir. Quanto mais se vive, mais acontece de nos depararmos com as coisas que antes adoramos pensando: meu pai do céu, como é que eu não via que isso era ridículo? E ao nos depararmos com convites que antes nos enlouqueceriam de animação surgem ideias como: será que eu fazia isso também?
Ali estava um enorme grupo numa lista, pessoas que vinham na sua casa todos os dias, que juravam amizade eterna, que você viu crescer, viu escolher uma profissão, casar alguns, outros terem até filhos, e que fingiam que ainda tinham 13 anos e queriam perpetuar as atitudes de criança birrenta de escola que tinha turminha.
Os mesmos aspirantes a superstar que jamais conseguiram emplacar absolutamente nada, mais pela atitude arrogante e falta de noção do que de talento propriamente dito, ou criatividade. Estes convidando para seus incríveis shows, com o nome maior que o da banda de abertura, a qual provavelmente tem muito mais fãs. As mesmas músicas de mais de vinte anos, que embalaram muitos momentos decisivos, tantas lembranças e arrependimentos tão grandes que nenhum buraco negro espacial poderia engolir. Os antigos cabeludos e cabeças raspadas agora estavam todos no mesmo nível: sem cabelos. A vida é realmente má. Ela não dá o tempo que muitos precisam para perceber que desperdiçaram anos, décadas, atrás de alguma coisa que não tinham condição nenhuma de conseguir, de um objetivo que jamais poderia ser alcançado nem de longe, e que o mais importante provavelmente estava perdido: a vida e a chance de se criar uma base, um lugar para onde pudessem voltar todos os dias, como qualquer pessoa. Porque é isso que nós somos: uma pessoa como qualquer outra. Nem todos tem dons divinos ou uma sorte incrível. E especialmente um bom espelho para poder perceber o tamanho do estrago do tempo! Acreditem ou não, muitos não perceberam.
Lançamentos de livros que ninguém vai comprar, e os poucos que o fizerem não vão ler, documentários que nunca aparecerão no National Geographic ou Discovery, tão interessados em espécimes esquisitos do planeta.
Mas o que mais me fez rir foi o dos mesmos puxa-sacos que ainda mamam literalmente na pouca fama alheia, enviando suas participações, fã-clubes, ''produções'', cooperações mútuas e tudo o mais.
O ''de família rica'' (!?!) que ''decidiu viver em favela'' e suas palestras cheias de pretensa humildade, suas incríveis mensagens de incentivo ao que precisa crescer, mas os meios de fazer isso espezinhando os da classe média que ralaram, estudaram até acabar a visão e trabalharam até a saúde enfraquecer, as críticas aos que se concentraram em aprender e exercer alguma coisa de que ele mesmo era incapaz e assim por diante. Mais do mesmo das décadas passadas. Um desesperado não me esqueça ou eu morro.
Algumas mensagens que infelizmente não vi, na época pelo menos, pois adoraria responder, com as mesmas críticas e apontamentos de defeito daqueles que pensam que assim sua lista vai colocá-los em algum tipo de GIF ou MEME sem entender que quem vê isso foge para não ser o próximo alvo.
A maior de todas estas difamações vem sempre por causa de ideias que me copiaram, ou a velocidade vertiginosa com que me interesso por coisas não tão afins num ecletismo tão fácil de se descrever como porra-louquice.
Minha vida acabou, mas pelo menos consegui entender o que e quem eu sou. E numa frase tão simples se resume tudo: