Feliz aniversário John!

O mundo não mereceu, mas recebeu por três décadas e um pouco mais uma pessoa de uma integridade tão inimaginável nos dias de hoje, que mesmo agora, tempos após sua morte, ainda impressiona por não ter jamais um substituto à altura, o mesmo não acontecendo com outros, mas isso é another story. E pela mais louca das coincidências que só acontecem comigo, ontem encontrei num sebo o livro Peace at last, onde Jason Leen conta o relato de John do Mundo espiritual. Nem é preciso dizer que devorei o livro de uma sentada só! Li até dirigindo quando a estrada parava.

Hoje, tenho vontade rolar no chão e chorar arrancando os cabelos quando penso no que o mundo virou após sua morte, um verdadeiro sacrifício. Não sei como Yoko consegue sobreviver, mesmo tendo feito o possível para assimilar o budismo. Mas, seres superiores são sempre tão surpreendentes!

Na década de 1970, John e Yoko foram líderes de atos políticos, como promoção à paz, pelos direitos das mulheres e trabalhadores e também exigindo o fim da Guerra do Vietnã. Não tinham medo de apoiar líderes da extrema-esquerda norte-americana, com Jerry Rubin, Abbie Hoffman e John Sinclair, além de seu apoio formal ao Partido dos Panteras Negras, o que ''deu início a uma perseguição ilegal do governo Nixon ao casal''. Depois disso, Lennon chegou a ser extraditado.

Após conseguir o Green Card, tendo voltado aos USA e terminado de gravar seu último disco, foi assassinado a queima roupa por um pretenso fã, Mark David Chapman, para mim um enviado de satã e do governo, mas isso nunca foi provado.

Após esta neutralização de todo seu esforço por criar uma geração crítica e ativa, o mundo está como hoje: dispensa comentários.

Só não rolarei no chão e arrancarei meus cabelos recém recuperados de traumas hospitalares porque John me mostrou que, mesmo tendo sido o único, deixou pelo menos o Joey Ramone pra dizer que acredita em milagres, e o Wander para traduzir sua música, e pregou o amor. Em nome deste amor que não conhecia racismos, que se rendeu a paz profunda de Yoko, que declarou seu amor incondicional à mulher, derramarei minhas lágrimas de gratidão à John Lennon em pé, berrando:

Give peace a chance!

 Não falo dos beatles porque ele foi algo maior, além de simplesmente um músico que revolucionou o mundo, e em protesto a babaquice que cerca a vinda do Paul McCartney e seus odiosos fãs.