Commando é um título que não poderia combinar melhor com o nosso Johnny. Descrito pelos demais Ramones e conhecido pela sua excentricidade, nesta autobiografia, com relatos nem sempre tão fiéis a realidade, mas fiéis ao que ele quer que se lembre dele, Johnny Ramone aparece não como John Cummings, mas como o super atro ro rock que ele sempre quis ser. Muito mais enxuto que as 600 páginas que Mickey Leigh escreeveu pretensamente sobre Joey, a obra póstuma de Johynny Ramone (caraca, nunca pensei que chegaria um dia em que estas palavras seriam equivalente a realidade) é um livro escrito em linguagem coerente com o rock, bem organizado e, como tudo que ele fez, exceto conviver com o outro, é demais!
Capaz de tudo para chegar onde queria, ele nos deixa um livro fácil de ler, em que ele começa já dizendo que sempre foi uma pessoa dominada pela raiva. E contando da agressão a Malcom McLaren (produtor punk). Sempre descrito como um bullie (valentão), Johnny conta que durante toda sua vida foi assim: só mudando com o diagnóstico do câncer, e que a proximidade do fim de sua vida o mudou radicalmente.
Ele também fala de sua incompreensão com Joey, que maltratou a vida inteira, e que durante os tempos de banda, infernizava, tendo que ouvir dos outros membros muitas vezes ''Shut Up Johnny!'' (cale a boca Johnny) ,especialmente do Dee Dee, pois era intolerante e agressivo. Confessa que sempre agredia Dee Dee também, principalmente quando ele estava doidão. Diz que achava Joey ''a pain in the ass'' que posso dizer que significa o nosso equivalente ''pé no saco''.
Johnny também dedicou um capítulo para cada álbum. O Pleasant Dreams, meu favorito no meu top 10, ele conta as implicâncias do produtor com a sua guitarra, que nesta época eles já não conversavam, se limitando a tocar juntos, tinha a questão da Linda, que é descrita pelos outros Ramones e pessoas ligadas a eles como uma destas garotas que sai com todos os integrantes e roadies de uma banda, fato, naturalmente não descrito no livro.
Impressionante a cópia de um cartão de natal que Joey enviou para ele em 1990. Muitas fotos autografadas de celebridades, a que mais gostei foi a do Stephen King e uma gay do segundo Paul McCartney.
Lastimávelmente para mim, Linda, a feia, tem um capítulo em que narra que ele era um líder (novidade...) e por isso suas atitudes psicóticas eram compreensíveis e desculpáveis e yada yada yada.
Foi surpreendente ler o livro, pois eu imaginava que ali viriam fotos de Johnny ''fofo'', claro, acompanhado das celebridades e um relatório de suas conquistas da fama. Mas na verdade, o livro mostra o verdadeiro retrato de alguém que nos deixou músicas incríveis, mas que como pessoa deixou muito a desejar.
Sobre minha opinião: Me matem se quiserem, eu já fui morta antes e ainda estou sobrevivendo a isto! Esta é a atitude de fã que aprendeu isto do Johnny!
Não tem nada no livro que eu já não soubesse, tendo curtido os Ramones desde os anos 80 e pesquisado com pessoas ligadas a eles, antes por correspondência, agora com as maravilhas da internet. Fico feliz que este livro confirme coisas que quando eu bestamente respondia em grupos de ''fãs'' era crucificada, tendo me afastado de quase todos. Pena que Johnny não tenha escrito e lançado este livro antes.
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