terça-feira, 16 de março de 2010

Poesia, poemas e poetarias...

Houve um tempo em que a minha alma também se enchia de luz. Este tempo foi quando eu tinha, para amenisar o sofrimento, companheiros de infortúnio. Jovens que eram forçados a trabalhar das 7 às 18h e 30m e estudar a noite comigo. Muitos deles, passaram pelo mesmo processo do Assum-preto da canção: cantar cego de dor.

Ah, mas poema é sempre lembrado como coisa fofa, rosa e azul bebê.

Para satisfação de muitos, parei de escrever livrinhos, de trocar com outros que os jogavam numa gaveta,  ou de mostrar, ou até mesmo colocar na internet.

Quitana (meu ídalo) dizia uma frase que era meu motto: "Eles passarão, eu passarinho" mas, quem passou fui eu. E nenhum dos passarinhos que comeram as migalhas de pão com as quais pavimentei o caminho para poder voltar a ser inteligente, esperançosa e divertida como era foi para a gaiola.

E por absoluta falta de condições de homenagear a musa, no seu dia, com um certo atraso, digo:

Sem poesia, a vida é como macarrão sem molho
Romeu e Julieta de goiabada sem queijo,
Média de café sem leite
Arroz sem feijão
Feijão sem farinha,
Strogonoff sem creme de leite,
Lápis sem ponta
Caderno sem folha,
Noite sem o escuro (assim não se destacam as estrelas...)
Dia sem luz,
Céu sem nuvens branquinhas de algodão doce.
Balança sem ponteiro
Mulheres sem a bioplastia
Homens sem academia
Mundo sem música!

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