Homens em um Ford prateado dispararam quatro tiros contra a vítima. O ataque sem sombras de dúvidas configurou atentado, já que todos os tiros foram feitos com intenção de execução sumária de Gama, sendo disparados contra a cabeça do jornalista. Dos quatro tiros três pegaram na cabeça e um no pescoço. Além disso, não ocorreu qualquer tentativa de roubo, reforçando a idéia de atentado.
Gama está em situação grave, mas estável, depois de passar por uma cirurgia.
A tentativa de assassinato foi uma clara ação política e criminosa do governo do estado do Rio, de Sérgio Cabral.
Ricardo Gama não é um jornalista comum, mas mantém um blog ( http://ricardo-gama.blogspot.com/) onde, à despeito de toda ameaça sofrida, faz inúmeras críticas ao governo de Sérgio Cabral. O blogueiro é conhecido por publicar críticas ferozes à política de segurança pública do governo estadual e às milícias, que são formadas por ex-militares e que se infiltram nas favelas para cobrar todo tipo de taxa da população, verdadeiras máfias fascistas.
Gama é um pioneiro em jornalismo investigativo na internet, com gravações e fotos próprias. Os baixos recursos de produção de seu site mostram que as imagens eram feitas de maneira independente.
As últimas matérias publicadas em seu blog tratavam da prisão de 13 manifestantes no Rio feita pelo governo Sérgio Cabral durante manifestação contra a visita de Barack Obama.
A derradeira, publicada no dia 23 de março, mesmo dia do atentado, era intitulada?A VOLTA DA DITADURA ! Governo Sérgio Cabral manda vovó tricolor para a cadeia por causa de protesto contra Barack Obama.
Um dos trechos da matéria dizia ?Governo Sérgio Cabral mandou para um presídio a vovó tricolor com um único objetivo, intimidar a população para que não fizessem manifestações contra o Barack Obama (...) Sérgio Cabral usou as mesmas táticas da ditadura militar essa é a triste verdade?.
Rio de Janeiro: ?caveirão? da morte
O atentado elucida ainda mais, como inúmeros outros fatos, o funcionamento desta máquina assassina que é o estado do Rio e outros estados do País, onde governantes são miniditadores, que se estabelecem no governo como verdadeiras máfias contra a população. Está cada vez mais claro que Cabral, aliado de Dilma Roussef, é ligado diretamente a grupos criminosos, às milícias militares e que esta e outras ações são coordenadas junto a estes criminosos para eliminar uma figura de oposição.
Ocupações militares, incursões em bairros pobres, mais de mil mortos por soldados e mais de cinco mil desaparecidos. São números que poderiam remeter a uma guerra civil, mas são os dados de assassinatos promovidos pela polícia no Rio no ano de 2009, publicados pela própria Secretaria de Segurança do estado.
Os números são comparáveis à guerra no Afeganistão.
Somente com invasões nas favelas, os soldados de Sérgio Cabral (PMDB) e dos outros governos promoveram um massacre proporcional às guerras em larga escala.
De acordo com os últimos números da própria Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, de janeiro de 1998 a setembro de 2009, policiais civis e militares mataram 10.216 pessoas no estado do Rio, uma média é de 2,4 mortos por dia.
Os números mostram um massacre policial crescente no Rio de Janeiro. Apesar de toda a propaganda de que a instalação recente de postos policiais nas favelas teria diminuído o número de confrontos seguidos de morte com a polícia dados anuais de 2006 a 2009, que são os disponíveis pela secretaria, mostram que as mortes pelos chamados ?autos de resistência?, ou seja, assassinato de pessoas por policiais por supostamente resistirem à abordagem policial, cresceu até o ponto em que nos gráficos apresenta uma pequena baixa entre os anos de 2008 e 2009. No entanto, no período cresceu exponencialmente o número de desaparecidos.
Em 2006, o número de mortos pela polícia foi de 1.063, enquanto que 4.562 pessoas desapareceram. Estes números em 2007 foram respectivamente de 1.330 e 4.633, enquanto que em 2008 foram de 1.137 e 5095.
Em 2009 o número de assassinatos cometidos pela polícia foi de 1.048, e o número de pessoas desaparecidas cresceu para assombrosos 5.425.
Além do estado policial permanente, outras ações contra a população das favelas, como expulsão de áreas pelo mercado imobiliário e para construções da Copa do Mundo têm se tornado cada vez mais freqüentes, assim como o cercamento de várias comunidades com muros.
A prisão de 13 manifestantes durante a visita de Obama e a proibição de protestos na cidade foi um sinal de como será o tratamento dado à população durante a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Foi um recado claro ao imperialismo para mostrar serviço na contenção de qualquer tipo de revolta no Rio para garantir ao mesmo tempo a exclusão da população pobre dos acontecimentos da Copa e a segurança de estrangeiros e do lucro dos capitalistas de inúmeros setores envolvidos no evento.
Justiça imediata! Julgamento dos criminosos!
O estado policial no Rio criticado por Gama, que remete aos tempos do esquadrão da morte no País, é o mesmo que desta vez se voltou contra o jornalista.
Este estado pretendia nesta quarta-feira calar mais uma voz que denunciava o regime de opressão que vive a população do Rio e que recrudesce com as preparações para a Copa do Mundo.
O fato deve ser amplamente denunciado, e deve ser exigida uma imediata apuração dos fatos. Deve ser exigido o inicio de um processo de investigação contra todos os suspeitos do atentado e, em primeiro lugar dos mais suspeitos mandantes do atentado que eram os mais criticados por Gama, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, ambos do PMDB
Você que está lendo esta entrevista também pode fazer um blog. É fácil. Eu mesmo não entendo chongas de Informática e mesmo assim consegui. Nada lhe obriga a ficar vendo TV. Você tem capacidade de ler bons livros (qualquer um tem). Querem fazer você acreditar que não pode criar nada. É mentira! Cada um de nós pode ter seu próprio veículo de comunicação. Para provar isso, aí estão os fanzines: publicações artesanais que podem ser feitas num computador com impressora (até uma antiga matricial) ou numa máquina de escrever velha, ou até mesmo a mão, e depois reproduzidas numa fotocopiadora. Dá para vender exemplares do fanzine e usar o dinheiro para tirar mais cópias. A gente não precisa mesmo ficar lendo a mídia burguesa e engolindo suas mentiras, vulgaridades e idiotices. Que tal prestigiar a imprensa popular, alternativa, sindical ou comunitária? Que tal você mesmo ser a mídia? 
Email:: 
URL:: 