Oito ex-ministros do Meio Ambiente se reuniram na tarde de hoje na Câmara Federal para tentar impedir a votação do projeto de lei de um novo e temerário Código Florestal.
Oito ex-ministros do Meio Ambiente se reuniram na tarde de hoje na Câmara Federal para tentar impedir a votação do projeto de lei de um novo e temerário Código Florestal. Marcada para amanhã, a votação do texto de autoria do deputado Aldo Rebelo – que institui tudo menos a proteção às florestas – fez com que representantes do Meio Ambiente de governos anteriores se reunissem em Brasília para pedir o adiamento da votação da lei. “Como receber chefes de estado ano que vem na Rio+20 depois de votar reforma desse Código Florestal?”, disse o ex-ministro do governo Lula, Carlos Minc.
Para tentar convencer o governo a não votar o futuro das florestas a toque de caixa, como pretendem os deputados ruralistas, os ex-ministros redigiram uma carta aberta que será entregue à presidente Dilma Rousseff durante audiência marcada para acontecer amanhã de manhã no Palácio do Planalto. Além de Dilma, o presidente do Senado, José Sarney, e da Câmara Marco Maia, receberão a comitiva de ex-ministros.
Com duras críticas ao texto de Aldo, a carta pede que o código seja "atualizado para facilitar e viabilizar os necessários esforços de restauração e de uso das florestas, além que de sua conservação."
Na avaliação dos ex-ministros, não há proteção dos pequenos proprietários nem dos agricultores familiares, além de flexibilizar a lei para que haja mais desmatamento. “Congresso e Dilma precisam fazer uma lei para proteger as florestas. Não queremos uma campanha pelo veto, mas sim algo que proteja nossas florestas e coloque nossa agricultura em um novo patamar, de olho no futuro”, disse Marina Silva, que defende o adiamento da votação. “Não podemos pensar em votar isso assim, às pressas”, afirma.
Rubens Ricupero, ministro de Fernando Henrique Cardoso, concordou com Marina. “Faço um apelo para que a Câmara não vote de maneira açodada um assunto tão importante para o país. A destruição acelerada da Amazônia é um suicídio adiado em nome de ganhos de curto prazo”.
José Carlos Carvalho, que foi ministro do Meio Ambiente durante a gestão Fernando Henrique Cardoso, lembrou do potencial do Brasil em ser um país verde, mas ressaltou que é preciso uma legislação favorável. “A lei em discussão só propõe diminuir o controle de estado sobre nossas riquezas naturais. Não é uma proposta que consiga assegurar o uso racional desses recursos para o nosso futuro”.
“Está claro que esta lei não é sustentável. Não podemos deixar que um pequeno grupo de favoreça em detrimento do patrimônio da nação”, afirmou Henrique Cavalcante, ministro de Itamar Franco.
Assinaram o texto: Marina Silva (PV), Carlos Minc (PT), Sarney Filho (PV), Rubens Ricupero (sem partido), José Carlos Carvalho (sem partido), Fernando Coutinho Jorge (PMDB), Paulo Nogueira Neto (sem partido), Henrique Brandão Cavalcanti (sem partido), Gustavo Krause (DEM), José Goldemberg (PMDB).
A exploração latifundiaria não é algo novo, aqui no Brasil. Quando, de fato, o governo começará a combater o problema?
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