sábado, 25 de fevereiro de 2012

Retro 2011 Underground Sujeira Webzine


Dentre centenas de materiais que recebemos, e caixas lotadas de E-mails e tweets que eu e Thiago nos vemos loucos pra ler, encontrei esta maravilhosa:

Retrospectiva 2011 (Nacional)

Texto por: Sujeira
[ATUALIZAÇÃO]: Falhas no post estão sendo corrigidas. Algumas bandas que estão na nossa lista(mental) e inexplicavelmente não foram comentadas. As vezes é complicado lembrar de tudo, mas algumas bandas foram lembradas e achamos injusto algumas delas não estar nessa lista, como o blog é meu (Xavero) e do meu parça Flávio, nos damos o direito de editar sempre que julgarmos necessário.
Voltando a vida normal. O Sujeira começou com o intuito de ser um blog 100% ativo , mas é difícil conciliar as coisas, porém não impossível. Pedimos desculpas a todos os amigos que apostaram em nós. O grande problema é que por trás desse hiato reside uma doença chamada preguiça.
Com um pouco de atraso, mas feito de coração vamos nomear segundo o nosso gosto e de alguns amigos mais próximos os destaques de 2011. Tudo que está envolvido com o underground, nacional ou internacional.
Apesar de sermos hardcoreanos assumidos, vamos tentar não focar apenas nisso. Em um momento de reflexão conversando com um amigo chegamos à conclusão que  hoje em dia é impossível gostar apenas de um tipo de som, por isso gostamos de Hardcore Punk, Hardcore Old school, Thrashcore (brincadeira). O fato é, música de qualidade e feita com fúria tem em todos os segmentos ou quase todos, cabe a nós meros mortais sabermos separar o medíocre  daquilo que não nos agrada, mas é competente.
Começando a lista vem o TEST. Dupla de Grindcore/Death Metal brasileira. Com pouco tempo de banda e uma vasta videografia, turnê europeia, os caras chamaram atenção de todos os apreciadores e não apreciadores da música pesada. Inovando a forma de fazer apresentações, levando a risca o Faça Você Mesmo com shows nas calçadas, portas de grandes eventos e etc. Os dois integrantes já tem história na cena independente. O vocalista e guitarrista João veio de uma das bandas mais “absurdas” que existiram aqui no Brasil, Are You God? (se você não conhece, vale a pena ir atrás, técnica e apresentações inusitadas). O baterista Barata já tocou em diversas bandas, que variam do punk rock ao grindcore mais bruto possível. Atualmente ele toca no D.E.R., grindcore de primeira qualidade, coeso como ele só, com certeza é uma das bandas mais competentes do estilo hoje. Voltando ao Test, podemos dizer que a banda criou certo glamour e respeito dentro do circuito independente por suas peripécias, tudo isso somou para que muitos comprassem a ideia dos caras. Estamos falando de gente calejada e que sabe o que fazer quando se trata de tocar rápido e pesado, transformando o que para uns pode ser apenas barulho em trilha sonora para o fim do mundo.
Test no Centro Cultural. Foto por: Cristina Sininho Sá.
Dando continuidade à nossa lista, esse ano foi bom para todas as vertentes do nosso underground obscuro. O Inimigo lança novo álbum, intitulado como “Imaginário Absoluto”. O disco veio como um tapa na cara de muitos que desacreditam da capacidade do independente de verdade. Gravação mais do que impecável e apresentações que fazem jus ao que se escuta no CD, claro que o fato da banda contar apenas com veteranos facilitam algumas coisas, vários erros cometidos no passado hoje não passam batido mais.
A banda sofreu várias mudanças, da primeira formação permanece apenas o vocalista Kalota e o guitarrista Juninho, conta hoje com o Alê (boladão) ex-RHD no baixo, Fernando Sanches ex- Againe na Guitarra e o Gian na bateria ex-Kangaroos in Tilt. O grupo deu uma boa amadurecida nos sons com o passar dos anos, experimentando mais e colocando em vigor a capacidade musical dos mesmos. Com a presença de metais no disco é notória a influência de diversos segmentos musicais, mas óbvio, sem fugir de suas raízes. Melodia a flor da pele, cotidiano da cidade grande estampado nas letras, sem perder a raiva e o sentimento que só o Punk oferece dentro do Rock n Roll.
O Inimigo tocando no Sattva Bordô. Foto pot: Breno Carollo
Chuva Negra, os caras vieram para acabar com a carência dos entusiastas do bom Hardcore melódico. Há alguns anos bandas do estilo não faziam parte da cena pequena local aqui na cidade de São Paulo, então foi colocado um ponto final nisso. O som mais melódico sempre foi algo que atingiu maior público aqui no Brasil, mas não houve uma boa renovação de bandas nessa linha. No último ano a banda rodou por diversos lugares no Brasil tocando sem parar. Ótimas letras com um teor pessoal mesclado com melodias de primeira. Não se pode dizer que é algo inovador, acredito que o foco não tenha sido esse, mas o que importa é a qualidade, incontestável nesse caso. As músicas se prendem facilmente na cabeça de quem escuta, fazendo com que hardcoreanos de todas as “classes” se identifiquem com o som. Assistindo o show dos caras é difícil não notar a diversidade do público, o “melódico cerveja na mão” e o straightedge se esbarram na beira do palco, um aperto de mão entre Minor Threat e NOFX acontece, jogando no lixo aquela imagem “skema 110” de bandas do estilo, mostrando que o faça você mesmo se encontra na melodia bonita também.
Chuva Negra no Hanger 110. Foto por: Wander Willian
Futuro (ex Bush). A banda é formada por veteranos do Hardcore paulista. No ano de 2011 os caras lançaram o disco com o novo nome, que veio na contra mão de tudo que estava sendo feito na cena nacional. Posso dizer que não é muito fácil de digerir no começo, meio complexo para quem é fã das coisas mais genéricas. O som é nitidamente influenciado pelas bandas da SST. Em uma resenha do disco na MRR foram comparados ao Husker Dü. O fato é, eles tocam punk rock da mais fina qualidade, porém de uma forma não convencional como já foi citado. A banda sofreu algumas alterações na formação, o vocalista Kalota deixou a banda e quem assumiu o vocal foi a Mila, ex-vocalista do PushMongos que não deixou a desejar, executando o papel de vocalista da melhor forma possível.
Futuro no cidadão do mundo. Foto por: Breno Carollo
Outra banda que deixou o seu primeiro registro para o mundo recentemente foi o The Black Coffins, que lançou um split com Infamous Glory chamado Bvrial Breed, lançado inclusive no Japão. Pode-se dizer que no ano de 2011 o Black Coffins esteve com gás total, além de gravar fizeram vários shows dentro e fora de São Paulo. Para quem não flagra, é só imaginar o Celtic Frost da fase Morbid Tales colidindo com o Dismember, o que certamente resultaria em uma explosão nuclear, dos escombros surgiria o Black Coffins, sujo, pesado e carregado de ódio. Obviamente essa mistura de boas influências e bom gosto vindos de pessoas que realmente gostam e entendem de Death e Hardcore/Punk foi notada e comentada por diversos sites voltados a música pesada ao redor do mundo.
The Black Coffins no Rio de Janeiro.
O Crust motorheadico pós-apocalíptico feito pelo Speed Kills que não se apresentou muitas vezes no ano passado, mas mesmo assim conseguiu deixar sua marca no cenário DIY paulista, isso porque os eram shows totalmente insanos e marcantes, quem teve a oportunidade de presencia-los sabe do que estamos falando. Infelizmente a banda não se encontra mais em atividade (espero que de forma não definitiva), mas felizmente conseguiu deixar seu registro em um disco 7″ lançado pela Nada Nada records.
Speed Kills no Espaço Impróprio. Foto por: Mateus Mondini
Como observado anteriormente, 2011 foi um ano muito produtivo em para várias vertentes do Hardcore/Punk, inclusive para o punk rock mais ortodoxo. Contando com Ph.D’s no que diz respeito a Punk Rock, o Veneno Lento foi mais uma ótima surpresa vinda diretamente do underground paulistano, trazendo renovação ao Punk Rock nacional que há algum tempo vem sofrendo com a escassez de bandas como o Veneno Lento, simples e bem executado. Com pouco mais de um ano de vida e uma demo lançada e uma pequena mudança em sua formação, o Veneno Lento vem dando novos ares ao Punk Rock brasileiro como shows repletos de energia e refrões marcantes.
Veneno Lento no Ação Educativa. Foto por: Breno Carollo
Still Strong, uma das poucas bandas vegan straight edge em atividade no Brasil. Após 4 anos de existência e agora com uma formação completamente sólida, viveu um ano totalmente intenso, e vive uma de suas melhores fases. Somando diversas influências músicais, tanto antigas quanto atuais, o que consequentemente agrada tanto a nova geração quanto a velha guarda hardcoreana, a banda se torna a cada dia mais coesa e madura. Quando se fala em shows, sem dúvida o Still Strong é uma das bandas mais assíduas da atualidade. O resultado disso tudo foram vários shows, alguns pequenos, outros maiores, inclusive com grandes nomes do Hardcore mundial como Strife e Unbroken. O Still Strong ainda encontrou tempo para lançar o clipe da música Awake and Disturbed, dirigido por Felipe Madureira e também de gravar seu primeiro full length chamado Cornerstone que contou com a produção de Fernando Sanches.
Still Strong no Sattva Bordô. Foto por: Breno Carollo
As vezes com a correria do dia a dia esquecemos de algumas coisas, essa banda passou batido por algum motivo, o qual eu não sei. Final X Round. A banda apareceu em uma época um pouco escassa pro hardcore straighnt edge cru e sujo. Lançaram um Ep virtual, produzido pelo Fernando Sanches e pelo nosso amigo Pedro Carvalho que é PHD em hardcore. Posso dizer que os sons são um soco na cara pra qualquer amante do hardcore da velha escola, você amigo não simpatizante de oitavadas e bandas New Youth Crew pode escutar sem medo, digo mais, comparecer aos shows dos caras que é garantia de dança violenta, pointing finger e stage dive do começo ao fim, pelo menos em 2011 foi assim e 2012 não pode ser diferente.
Ouça aqui.
Final Round tocando no Sattva Bordô. Foto por: Breno Carollo
Praticamente o Boom Boom Kid versão crust, encabeçada pelo vocal e guitarra Douglas, o cidadão Volta-redondense que é responsável pela gravação de todos os instrumentos.Deaf Kids, diretamente de VR-RJ em 2011 lançaram o EP “6 Heretic Anthems For The Deaf”, eu pude ver dois shows dos caras esse ano, posso resumir: um espetáculo apocalítico crustiano (se é que isso existe), efeitos na voz pra deixar o clima mais sombrio, misturado com uma brutalidade sonora sem igual. Os shows em São Paulo que eu presenciei foram com o Mariano na bateria, que posso dizer que é um show a parte. Se você não é amigo de deus, com certeza é bem vindo às apresentações.
Deaf Kids em Volta Redonda.
Nós do Sujeira pretendemos listar em breve os destaques Internacionais de 2011, fiquem ligados!

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