Hoje é tão comum receber notícias de mortes, que as pessoas se embruteceram a ponto de não se comoverem mais com nada, só irem atrás de detalhes sórdidos, se os houver. E quando a pessoa que se vai é alguém que fez parte da nossa vida, aquelas pessoas que mesmo do outro lado do nada conseguem se fazer presentes nos nossos momentos, é meio revoltante a falta de respeito que se tem pela vida e pelos que os mortos deixam a se acabar em lágrimas.
No dia de hoje perdi duas pessoas. Uma que já estava doente e foi um alívio para ela, tenho certeza. E outra bem jovem. Só eu consigo entender a dinâmica de abrir mão de uma vida que poderia ser longa, porque já tentei me matar várias vezes. E quando eu lamento a perda de alguém próximo, é de se admirar, porque é muito fácil se conseguir meu ódio eterno. Geralmente a notícia da morte de conhecidos e desafetos me faz passar para o lado bipolar de cantar Hare Krisna e dançar por mêses. Nunca na frente da família ou dos amigos dos mortos, claro. Numa outra encarnação devo ter cortado cabeça de pelo menos metade da humanidade.
É muito horrível ver alguém rir de uma pessoa próxima que morre, ainda mais agora que a internet está aí e não dá pra se esconder de curiosos e piadistas. Enquanto os que ficam com o chão tirado debaixo dos seus pés não sabem como vão ter forças para continuar por causa de filhos pequenos, e etc. vem as piadinhas, os deboches, os que falam mal e inventam detalhes da morte e isso, realmente, é coisa de brasileiro, e lamentável.
Por irônico que pareça, isso me ajuda a me conformar. Primeiro porque se a pessoa estava doente, já é um alívio ter deixado este mundo de sofrimento, porque a doença e a velhice são as provas mais cabais de que o inferno existe. E que está lá, torrando o mármore esperando pelos engraçadinhos e forever alones que esperam conseguir adicionar pessoas a seus perfis debochando dos mortos. Claro, queria ver eles debocharem na cara do Anderson Siva. Mas a covardia está em alta, e então com certeza conseguirão mais adicionados. Aumentarão o número. Nunca se viveu de forma tão burocrática, lidando tanto com números e ainda há quem diga não gostar de matemática.
Quando o/a amigo/a que se vai não aguentou mais este tipo de ser que domina a terra e decidiu por si terminar com isso aqui e ir para qualquer outra coisa, que é com certeza melhor que onde estamos, aí é que vem a horda de comentários: não tinha coragem para enfrentar a vida! Como se eles tivessem coragem para enfrentar uma barata de borracha colocada na sua maionese.
Sorte de quem se vai. Não perde nada. Se for mais velho, se livrou de muito sofrimento. Se for jovem, mais ainda. A gente derram lágrimas mas é em memória dos bons momentos. É de amor.
A lembrança de nossos companheiros, esta nunca morre. Imagino que quando os memoriais se desgastarem com a ação natural do tempo ela ainda estará firme em algum lugar. Já aos que pensam lucrar com a morte, nem que seja em número pra atingir meta de seguidores, estes sim, antes mesmo que os vermes de pior mau gosto comam seu envólucro carnal já estarão esquecidos. E seus descendentes estarão, ao lado do nome acompanhado de luto eterno, escrevendo kkkkkkkkkk em alguma postagem boba.
No dia de hoje perdi duas pessoas. Uma que já estava doente e foi um alívio para ela, tenho certeza. E outra bem jovem. Só eu consigo entender a dinâmica de abrir mão de uma vida que poderia ser longa, porque já tentei me matar várias vezes. E quando eu lamento a perda de alguém próximo, é de se admirar, porque é muito fácil se conseguir meu ódio eterno. Geralmente a notícia da morte de conhecidos e desafetos me faz passar para o lado bipolar de cantar Hare Krisna e dançar por mêses. Nunca na frente da família ou dos amigos dos mortos, claro. Numa outra encarnação devo ter cortado cabeça de pelo menos metade da humanidade.
É muito horrível ver alguém rir de uma pessoa próxima que morre, ainda mais agora que a internet está aí e não dá pra se esconder de curiosos e piadistas. Enquanto os que ficam com o chão tirado debaixo dos seus pés não sabem como vão ter forças para continuar por causa de filhos pequenos, e etc. vem as piadinhas, os deboches, os que falam mal e inventam detalhes da morte e isso, realmente, é coisa de brasileiro, e lamentável.
Por irônico que pareça, isso me ajuda a me conformar. Primeiro porque se a pessoa estava doente, já é um alívio ter deixado este mundo de sofrimento, porque a doença e a velhice são as provas mais cabais de que o inferno existe. E que está lá, torrando o mármore esperando pelos engraçadinhos e forever alones que esperam conseguir adicionar pessoas a seus perfis debochando dos mortos. Claro, queria ver eles debocharem na cara do Anderson Siva. Mas a covardia está em alta, e então com certeza conseguirão mais adicionados. Aumentarão o número. Nunca se viveu de forma tão burocrática, lidando tanto com números e ainda há quem diga não gostar de matemática.
Quando o/a amigo/a que se vai não aguentou mais este tipo de ser que domina a terra e decidiu por si terminar com isso aqui e ir para qualquer outra coisa, que é com certeza melhor que onde estamos, aí é que vem a horda de comentários: não tinha coragem para enfrentar a vida! Como se eles tivessem coragem para enfrentar uma barata de borracha colocada na sua maionese.
Sorte de quem se vai. Não perde nada. Se for mais velho, se livrou de muito sofrimento. Se for jovem, mais ainda. A gente derram lágrimas mas é em memória dos bons momentos. É de amor.
A lembrança de nossos companheiros, esta nunca morre. Imagino que quando os memoriais se desgastarem com a ação natural do tempo ela ainda estará firme em algum lugar. Já aos que pensam lucrar com a morte, nem que seja em número pra atingir meta de seguidores, estes sim, antes mesmo que os vermes de pior mau gosto comam seu envólucro carnal já estarão esquecidos. E seus descendentes estarão, ao lado do nome acompanhado de luto eterno, escrevendo kkkkkkkkkk em alguma postagem boba.
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