''Nem tudo está perdido\muita coisa ainda há para se perder" Falcão
Hoje tive o feliz acaso de me deparar com um vídeo sobre a incrível, visceral e ousada Lygia Fagundes Teles e ver o rosto, os gestos, ouvir a voz de alguém que conhecia o pensamento, a criatividade e as palavras. Na mesma hora me senti segurando o dedo de um dos entes da Ciranda de Pedra. Uma obra que falava em liberdade de opção (tinha uma lésbica) em plenos anos 50 no Brasil que ainda é tão atrasado quando o assunto é mulher. E pude me deliciar com o resumo de suas maravilhosas obras que conseguem mostrar o ser humano simplesmente como ele é, sem julgamentos, sem questionamentos, simplesmente apresentando as pessoas com sua fragilidade, insanidade, caráter ou não.
Fiquei ali pensando no que viramos hoje tendo tido mestres como Lygia, para nos lançar luz sobre o caminho, mas quem falou que alguém quis? É tão mais fácil seguir desenhinho do que ler. Vendo as fotos dos albuns de pessoas que eu fotografei e que nem este crédito é ali mencionado, sem contar o recorte para me excluir dos ditos retratos.
Falta pouco para que eu me encha de coragem e realmente tente juntar o que aprendi com a Lygia, com as Cecílias, com Veríssimo, Quintana e tantos outros. E neste dia contar uma história (com H maiusculo enferrujado) que fará os olhos de seus cândidos filhinhos se encher de horror.
No filme "A estrada" (que já comentei aqui ano passado) o filho pergunta ao delicioso Vigo Mortensen:
- Pai, nós ainda somos os caras do bem?
No dia em que a coragem chegar líquida ou sólida, ou pior, pelas ondas da internet onde vivo surfando karmas, pais e mães ouvirão esta bela pergunta e responderão da maneira como viveram: com mais uma mentira.
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