Hoje, neste dia em que é impossível, especialmente para nós, oito mulheres, não pensar e fazer uma retrospectiva de nossas vidas, de gerações tão diferentes, com problemas sempre repetidos, no quanto faz sentido a frase ''mulher é bicho doido'', tão enaltecida pelos brasileiros/as e mote do globismo.
Não é apenas o fato de no Brasil a mulher ser uma sub-raça, ou o segundo sexo vir em terceiro, quarto, quinto, sexto, enfim, sempre em último lugar. É o combate da mulher pelas outras ''mulheres''.
É bem verdadeiro também o ditado shakespeariano não há nada pior (ou mais perigoso) que uma mulher dezprezada. Isso é ainda mais intenso se o desprezo que a infeliz criatura inconsciente de si sofre ser por outra mulher, em sua reduzida visão, outra inferior e sem valor, como ela se vê.
Nem tinha pensado nisso quando estava espalhando coraçõezinhos da campanha de esclarecimento e prevenção ao câncer de mama(questão a que me dedico por estar fazendo hora extra na terra há mais de dois anos) e me deparo com uma ''mulher'', já de quilometragem tão alta quanto os meus meio séculos e os de algumas do meu Secret Circle (sim, aqui no Brasil reunião de mulher só pode ser descrito como congresso de bruxas), que vai atrás de todas as minhas postagens, comentários, perfis, adiciona as pessoas presentes e passa a vida postando embaixo que é superior, que é valorizada, que o que eu postei é ridículo, ou sem importância, ou outros insultos que só dou uma pálida visão aqui para que vocês entendam a minha fundamentação teórico-prática da aceitação da sabedoria popular brasileira.
A primeira coisa que dá vontade fazer no perfil sempre neste dia é sair apagando todos os insultos e piadinhas declarando a superioridade masculina, o quanto o castigo que a desobediência a qualquer ''homem'' apresentadada deve ser exemplar, mas acabei achando esta @atitudedepobre (pobre de espírito, claro) é lastimável.
Mas, decidimos por ignorar todo tipo de insulto e demonstração desesperada de superioridade há tempos.
Mas o fato de uma ''mulher'' obediente, submissa, desesperada e sem vida fora do mundo virtual viver para reforçar os conceitos de superioridade ''masculina'' brasileiros é até mesmo doloroso.
Então, parabéns a todas as nós loucas: seja as loucas como a minha Rainha Rita Lee
, que nem quis se defender de acusações de marcelod2zisse, ou sejam as que estão anos luz a frente das brasileiras como a Courtney (my) Love ou seja a adolescente que estiver mais no topo do mundo (eu parei na Milley que já está adulta e vendendo boneca inflável) . Ou mesmo as que tem a ousadia e nasceram com o dedo médio ligado para os invejosos como a Rebecca Black, para desespero dos que imaginan que as frustradas, covardes (principalmente para lutar pelo que é bom para si), invejosas e desesperadas vão sempre dominar o mundo!
Um grande botão do foda-se ligado e vamos em frente, porque a minha geração deixa filhas, algumas deixam netas. Para grande falta de sorte destas criaturas, a China ainda não domina o mundo exigindo aborto em caso de feto feminino no Brasil e teremos muitas Ritas Lee, Courtneys, Marylins, Katies Perry, Dercys Gonçalvez, Gretchens, Misses Universo, Rainhas da cidade, região, estado e festas diversas, corpos e mais corpos, sejam esculturais, sejam gordinhos, sejam magricelos, mas sempre femininos, terão ainda muito desaforo jogada em suas caras com respingos de batom, verão muitas retocando a maquiagem em espelho de carro e se recusando a rachar conta e pagar despesas de seus pares.
Muitos continuarão a se casar e contituir família para querer demonstrar que são homens sérios em seus empregos medíocres ou em suas carreiras de verdade. Muitas cairão no buraco do ''contentar a opinião pública''. E dapí sairão um dia separadas, largadas, viúvas perseguindo as outras.
Mas acima de tudo, nós, as loucas, continuaremos a povoar este país. Este mundo. E talves até um planeta inteiro.
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