quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Bullying, sucesso até no "underground"!

Existem momentos em que se pensa muito na vida. E ela desfila diante dos teus neurônios nua e crua, com todas as marcas que photoshop nenhum pode tirar. Mas o que vale neste mundo é a enganação. E durante um tempo de repouso entre uma doença e outra, fiquei conversando com uma companheira  adolescente que se define lésbica aos 13 anos (embora eu tenha dito a ela que é meio cedo, mas respeito sua coragem e entoado o coro: mulheres, mulheres, mulheres!) sobre bullying. Nada é mais brasileiro que isto. E eu aqui do alto dos meus séculos vividos continuo vítima até hoje. Para não desapontá-la diante da vida, acabei dizendo que aqueles  que ousam ser sinceros, espontâneos, mesmo viscerais, acabam sendo temidos pelos medíocres, e estes se reunem em suas quadrilhas com o intuito de reduzir sua ousadia em mediocridade. Para não ficarem no topo das discussões, muitos preferem se esconder nos seus armários mofados e cheios de naftalina e teia de aranha que viver intensamente. 

Levarei desta vida a boa lembrança do bullying como o meu melhor certificado de fidelidade a mim mesma.  


CNJ combate o bullying no Distrito Federal

QUA, 20 DE OUTUBRO DE 2010 00:00
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Distribuição  de material será feita em comunidades e escolas da região

CNJ
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) lançará uma cartilha para ajudar pais e educadores a prevenir o problema do bullying nas suas comunidades e escolas. A cartilha será lançada no seminário de lançamento do Projeto Justiça na Escola, na Escola de Magistratura Federal (ESMAF), em Brasília.
A autoria da publicação é da médica psiquiatra, Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, que também escreveu o livro “Bullying: Mentes Perigosas nas Escolas” sobre o mesmo tema, que prejudica a vida social de milhares de crianças e adolescentes no mundo todo. Considerado como formas de violência física ou psicológica contra pessoa incapaz de se defender, o bullying também será tema de palestra e debate que começam às 10h30 e terão a presença da médica psiquiatra Suely Marcondes e do professor José Afonso Mazzon.
O seminário vai promover palestras e debates entre estudiosos, magistrados especialistas, representantes do governo federal e da sociedade civil, além de conselheiros e membros do CNJ sobre problemas da infância e da adolescência.
O objetivo do Projeto Justiça na Escola, do CNJ, é aproximar o Judiciário e as instituições de ensino do país no combate e na prevenção dos problemas que afetam crianças e adolescentes. Durante toda a semana, serão promovidos debates sobre temas como combate às drogas, bullying, violência nas escolas, evasão escolar, entre outros, com a participação de juízes, professores, educadores, psicólogos, alunos, pais, entre outros. A ideia é fomentar o trabalho conjunto entre a Justiça e as instituições de ensino no tratamento desses temas.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Garoto resolve se masturbar em progama ao vivo

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quintana again!

Não pude resistir quando vi no painel esta magnífica foto do meu adorado poeta sendo alvo dos reporters cercado da atenção que sempre mereceu. Minha multipolaridade descambou para o Rio Grande.
Confira na íntegra no

quintanaeterno.blogspot.com

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Magaivers: V de vitória!

Uma das minhas bandas nacionais mais adoradas, ''alívio imediato'' quando vivia o pesadelo curitibosta, uma ''pérola aos porcos'', criativa e de um bubblegum beirando o Punk rock na melhor tradição das músicas que Joey Ramone legou a este mundo, ao lançar este novo CD toca direto na vontade de pular, gritar e no coração do ouvinte:

1 saudades
2 ela nao gosta de rock gaucho
3 fernet
4 amigo
5 diferente ou igual
6 gosto de voce
7 violao de nylon
8 lonely girl
9 pare
10 hoje nao
11 mas facil que perder
12 feliz natal
13 javier/pinturino

A músicas que mais ouço, apesar de ter curtido todas, são Saudades, Hoje Não (toda hora respondo hoje não para enfurecimento dos que não entendem meu autismo), e Feliz Natal desbancou pela primeira vez a música que é sempre ringtone do meu celular nesta época do ano (Merry Christmas, I don´t want to fight tonight with you - Ramones), eles também surpreendem com Javier que tem aquele começo bem Wanderiano, um toque sutil de amigo punk, cantando num espanhol melhor que o meu com este rrr americano, all right, e sendo uma das últimas esperanças de música boa neste planeta, generosamente oferecem para download grátis, fuçem lá no:


http://www.magaivers.com.br



CD fisico, já à venda atraves do email magaivers.oficial@gmail.com, vale a pena comprar autografado e quem puder comprar no show e tirar a clássica foto junto.

Enfim, meus queridos Magaivers continuam dando jeito pra tudo, e principalmente na música e com seu exemplo generoso de ceder o disco publicamente, e sempre citando com respeito pessoas e lugares por onde passam, tão diferente de bandas e outros que costumam cuspir no prato em que comem, deram um jeito de preservar o que há de mais pueril no underground: o espírito de amizade e camaradagem aliado  a música barulhenta, mais caprichada e sonora. A voz do Rodrigo Porco é simplesmente a voz mais parecida com a do Joey Ramone que já existiu, o seu jeito de cantar idem, e de lá do Olympo, sei que ele deve ter sentido saudade. Saudade de vocês.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Roteiristas brasileiros, uni-vos!

O cinema brasileiro chegou a um ponto de falta de renovação que dá dó. Só perde para a televisão com as globices e demais novelas. Com tantos roteiristas talentosos e criativos que aqui temos - e sem modéstia nenhuma entre eles me incluo - com a comprovação universal de quanto um seriado pode ser divertido, crítico e atraente para públicos de toda idade, desde que com um pé na realidade comum, insistem em repetir à exaustão ou mulheres esqueléticas cujo único projeto de vida é se auto anular diante de qualquer zé ruela disponível ou violência e crimes sem castigo. O vilão ou escapa ou morre. Todo lugar onde você entra ou rodinha de papo vem um perguntar o que você achou do filme recheado de globais. Por isso fiquei alegre com esta notícia, porque de tanto globesta e tonto falando no segundo ''torpe de elite'' como se fosse uma obra digna do Voltaire ou do Émile Zola que eu nem quero assistir:


fonte: UOL

Jornais franceses publicam críticas negativas de "Tropa de Elite"

Da Redação
Lançado hoje na França, "Tropa de Elite" teve uma acolhida dos jornais franceses não muito diferente da que obteve no Brasil. Foi recebido a bordoadas, ao menos pelos jornais mais importantes. O "Libération", por exemplo, em crítica intitulada "Carnaval de 'Fachos' no Rio", numa referência clara ao símbolo do fascismo, chama o filme de José Padilha de "clipe de propaganda da unidade especial de elite da polícia carioca".

Reprodução
"Tropa de Elite" segundo o Libé: "Carnaval de 'Fachos" no Rio"
Pelo mesmo caminho segue o crítico do tradicional "Le Monde", Jacques Mandelbaum. Na crítica que fez ao filme, curiosamente intitulada "Um clipe chocante em glória da força", Mandelbaum fala que o projeto estético do filme vai de encontro ao seu programa ideológico: "Uma apologia da força pura e do impacto maximizado, uma recusa viril ao esforço do pensamento e de análise social, uma visão espetacular e particularmente hipócrita da violência".

UOL Celular


Aproveito para relembrar aqui que o Brasil vive refém da idéia que o país inteiro é igual ao Rio de Janeiro, sendo que ele é enorme e felizmente aquela uma pequena parte perfeitamente descartável do país. Crie-se a república do Rio e dividam as regiões em países e deixem o restante em paz!

Espaço da gargalhada de desprezo:


Gente, eu tento polir este comentário desde segunda, todo mundo que mora no país sabe que a primeira coisa que se pergunta em toda rodinha é a tua opinião sobre o filme global acima, e eu estava atrás de um cartoon pra colocar, como sempre faço aqui (e ainda teve o lançamento do blog novo da Cecília (adorada) Fidelli), aí tenho comentado em tudo que é blog, como sempre faço - e fui discordar de quem elogiou. E lá veio um velho (des)conhecido acéfalo, daqueles que vivem como se estivesse num episódio do Chaves: adulto travestido de criança, ainda na idade mental de dois anos pensando ser o centro do universo, me acusar de suas paranóias e insultar por não achar graça em banalização da violência, globeiras e similares.  Sei que alguns podem ter gostado disso, mas chegar a ponto de insultar quem discorda, aí já é pra rir.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Mais um blog da Cecília Fidelli aqui no blogger!

Vamos seguir, tigrada das letras selvagens:



poesiaeoxigenio.blogspot.com

E em homenagem a minha tão querida poetisa vou colocar um poema bobinho que escrevi depois de assistir a um seriado e que gerou uma tonelada de e-mails ciumentos e reclamões:

Vicius Vinícius

Tenho ensinado tanto
mas aprender que é bom, necas
cartas que você nem abre
poemas que nunca le
canções que nunca vai ouvir
ficam mofando no CD
E ainda assim
não cura o vício
de compor e escrever.

De verdade, nunca escrevo pra ninguém especificamente, as vezes em que fiz isso fui tão criticada que passei a escrever para situações e pessoas inexistentes. Tem gente que consegue que seus parceiros adorem tudo o que escrevem (ou que pelo menos leiam para fazer uma ''society''). Adoram as músicas que toscamente conseguem fazer arranjos do -re- lá - sol no violão - coisa que eu também faço. 

Como adoro gente sincera, meus ''musos'' sempre foram enfáticos ao dizer que 
não acham a menor graça nem em ler. Muitas vezes a sinceridade traz consigo uma boa dose de tosquice.Na última poetagem, meu karma incrível me fez compor para um poeta que nem ao menos abria os e-mails e respondia com aquele tenebroso: li sim. Teve a primeira, segunda e, pelamor, terceira vez seria persistir no erro e na acefalia.  Portanto, bem explicado aqui: Vinícius é apenas o nome de uma centena de alunos em escolas onde atendo, deu uma brincadeira sonora, e por isso caiu no nome.
 A situação do compositor, músico e poeta está num seriado antigo, daqueles que eram bem straight to the heart tão fora de moda na onda do funk carioca e uma gorda horrenda (melancia) virando a Fafá de Belém do terceiro milênio, filmes nacionais mostrando o Rio como se aquilo podre fosse o país inteiro e etc. Quando vejo meus teens lendo com seus olhinhos azuis brilhantes os poemas que recebo diariamente, vejo que pode ser que ainda haja esperança para a poesia pelo menos aqui no nosso vale encantado.




sábado, 6 de novembro de 2010

Mando: o Mago Poeta!

Devidamente clonado do meu querido e inigualável poeta, dos meus favoritos, que criou o blog:


Aliás, Deus abençoe todos os que tornaram o blog possível. A voracidade de conhecer as cabeças pensantes deste país está quase saciada! (*) 


'' As vezes, questiono-me sobre a vida, não entendo como é possível ser poeta sem ser morto… Então, chego a conclusão que já morri a muito tempo, tentando ser poeta. Sou um famoso desconhecido, escrevendo sobre a dor de amar… Sou um poeta morto, que não alcançou o seu sonho de viver sem escrever sua dor!
Se ainda vivo, embora morto, é que minha morte é diferente… Morri apenas no papel, não tive coragem de morrer de verdade!
Morri de amor! E, será que um dia, vou poder viver de amor? Será que um dia, deixarei de escrever? Talvez. e nesse dia, terei deixado de amar.''

Querido Mago:

Tarde demais, pois pelo menos pelas centenas de ruidosos do sub underground excluídos dos documentários e demais falcatruas dos ex-zineiros, você já é imortal. Pois continua a encantar nossos filhos, seus amigos e assim passa a posteridade dos seres dotados de cérebro e caráter.
'''


(*) tem dias que não sei que espírito baixa em mim e me vejo digitando palavras que nem lembrava que existem!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Quadrinhos: o desespero editorial, envelhecendo personagens

Já há algum tempo, somos bombardeados em gôndolas de supermercado com gibis cada vez mais apelativos, num desespero de marketing para vendê-los e acompanhando a tendência psicótica do povo que teme a morte com todas as forças, e que como tão bem explicou Lygia Fagundes Telles: cria para se eternizar.
 Assim, ao lado do Mickey, Donald, e outros os brasileiros decidiram envelhecer os personagens reforçando assim a idéia de que a pessoa estaciona na infância no período pré-adolescente das grandes descobertas hormonais. E mesmo que o espelho mostre um ser com pele de maracujá desidratado, lá está o gibizinho pra criar a ilusão de que o tempo não passou. E podem perguntar aos verdadeiros adolescentes: eles não curtem e acham ridículo aquilo.  Mas esta é apenas a minha louca opinião, a melhor até agora é a do genial amigo fiel e incrível cartunista, roteirista Laerçon J Santos, que copiei de seu blogzine



Vejam:

Esse pequeno artigo é somente uma opinião minha, e como somos livres para expressar todo tipo de opinião uma a mais ou uma a menos não faz a mínima diferença. Todos que me conhecem já sabem que eu e muitos outros da minha época crescemos lendo historias em quadrinhos, nos afinizamos com os nossos personagens e tudo mais, é também de conhecimento de todos que ja não lemos tantos quadrinhos como líamos antigamente. Não pelo fato de não gostamos mais, mas sim pelo fato de muitos terem sumidos das bancas, desaparecidos totalmente deixando o mercado para uma nova tendência dos quadrinhos, tendências essas que não me agrada muito. Uma das tendências que eu não gosto de jeito nenhum é esse negocio de envelhecerem personagens como aconteceu com a  turma da Mônica e com outros personagens consagrados como Luluzinha entre outros que nem vale a pena ficar citando. Eu sinceramente acho que se trata de uma falta de criatividade muito grande, e o medo de se criarem novos personagens e o “mercado quadrinhístico” atual reprovar, então como tudo hoje em dia é grana e lucro semi-fácil nada mais obvio do que investir em uma marca que já deu certo e trabalhar em cima dela, sendo assim pega-se um personagem consagrado, o envelhecem e continuamos com a sua saga, nada mais tranqüilo do que se criar um novo.
Tudo seria maravilhoso se fosse somente isso, mas não é. Eu acho que essa atitude mercadológica esquisitinha tira aquilo que o quadrinho nos deu sempre que foi o mundo da magia, o mundo que ninguém envelhece e ninguém precisa ficar trocando de roupas ou fazendo novos penteados todos os dias.
Aí alguém me diria: Essa nova tendência é um sucesso, mas até quando? Depois far-se-ia o personagem mais velho até ficar vovozinho e findando com a morte do personagem? Tudo isso me parece uma tentativa muito tosca de tentar ganhar um mercado fazendo com que o mundo da fantasia funcione como o mesmo marcador de tempo do mundo real.
Eu não sei qual o futuro dos quadrinhos já que não se dão oportunidade de grandes desenhistas e roteiristas criarem novos personagens. Eu não gosto desse negocio de envelhecer personagens, acho uma mérda.


É, Laerçon, deveriam criar uma lei para que não destruíssem o que nos foi caro na infância.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Finados

Neste dia, sempre que é possível, gosto de ir ao cemitério, e como estou milhas de distancia de onde estão os ''aqui jaz'' dos meus entes queridos, já antepassados, escolho um cemitério mais calmo (o que é meio difícil nesta data, mesmo em cidade pequena) e ali no cruzeiro faço meu agradecimento e depois ando por ali, filosofando, viajando mesmo em passadas maioneses, lendo lápides, olhando fotos de porcelana antigas e outras lembranças de tantas vidas, amores, ódios, sofrimentos que ali descansam eternamente. 
Claro que todo este mórbido passeio que para mim é divertido e extremamente cultural (!só eu mesma! Cheguei a ter uma coleção de fotos das obras de arte do cemitério da consolação, copiadas por meus alunos góticos.) também traz algumas lembranças da vida passada - sim, porque caso o ocasional leitor não saiba, já morri e voltei duas vezes. Por isso comecei a última vida nova beeeemm loooonnnggeeee de tudo que não prestava. Minha única motivação: uma criança que protejo como uma leoa!
Voltando, porém, as reflexões insanas e viajantes: fico ali olhando e pensando no quanto uma vida é enganadora: os meus queridos antepassados me ensinaram - e o pior foi eu ter aprendido - que se você for sempre sincero, verdadeiro mesmo, fizer aquilo que sua consciência mandar, vai receber de volta o melhor. Aí, depois que pisam, deitam e rolam, a pessoa morre e correm fazer estátuas, colocar lápides, escrever palavras que na verdade não significam nada de verdade, para posarem diante da opinião de estranhos. Para fingirem que sempre valorizaram, retribuíram, e etc.. Agora, aqui do alto da última temporada, vejo quanto estávamos todos enganados, que até mesmo o nosso amado senhor Jesus Cristo se enganou. Não é possível a pessoa te devolver o que ela não tem dentro de si. O mal não é culpa dos maus: é culpa da nossa ingenuidade. 
O mundo material e o comercial das lojas estão aí a cada segundo enchendo a cabeça vazia da maioria. E vão todos de arrasto, hoje as letras estão tão mortas quanto aquelas pessoas embaixo das lápides. As letras que foram criadas para o registro dos sentimentos. Ninguém mais lê, escreve, interage. Hoje é só o sexo rápido e solitário no msn com uma foto copiada de site europeu que empolga e tomou o lugar da troca afetiva.  E isto não é culpa de ninguém. ainda bem que o mundo evoluiu. Ainda bem que não vou morrer levando para a eternidade ''amores desperdiçados''. Ilusões de amizades que era apenas um crediário. E que não justifica uma ação em empresa de cobranças judiciais. Volto a eternidade quando acabar esta última temporada como cheguei aqui: levando só eu - e Deus. Isso dá uma sensação enorme de plenitude e paz. 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Emerson Maciel falando de solidão, Clarice Lispector e relacionamento

Leitora voraz, não resisti a compartilhar com o eventual surfista blogger que cair nesta página este post que dispensa elogios e demais comentários, pela impressionante identificação com minhas viagens maionísticas. Só discordo que a solidão seja um mal: no meu caso egocêntrico é o maior de todos os prazeres e a ferramenta dos melhores criadores. Os destaques são os meus já tradicionais de todas as cores disponíveis.
Diretamente do http://www.emersonmaciel.com.br/
Quando meus amigos perguntam-me quem seria minha alma gêmea, com um pouco de cadência, eu respondo, Clarice Lispector.  E todos caem na gargalhada.Hoje, 27 de agosto, ao chegar da faculdade. Fiquei a pensar. Isolado em meu quarto, me veio à mente a frase do Renato Russo, “... O mal do mundo é a solidão”. Devo concordar com tal frase e ainda parafraseá-la, “O mal do homem é a solidão”.Ao ser humano é atribuída a árdua batalha de encontrar uma pessoa, ou melhor, a pessoa. Não sei, mas estou perdendo as esperanças em tal sentido. Se essa lógica fosse seguida, não precisaríamos criar o dia dos Solteiros. Não comemorei esse dia, mas se fosse o dia dos solitários estaria no movimento, em vigília.Muitas pessoas passam por nossas vidas, algumas ficam outras vão. Daquelas, sempre uma nos chama a atenção. “Ah! O amor de minha vida!”. Quiçá, grande engano. Na medida em que o tempo vai passando, percebe-se que nem sempre a primeira impressão é a que fica. Se assim fosse... Se assim fosse.Durante meu percurso, isto é, da faculdade até em casa, visualizei vários acontecimentos envolvendo relacionamentos. Não entrarei em detalhes, perderia muito tempo, fugindo do assunto. Um fato merece destaque. Parei o carro em uma praça bem movimentada, isto por volta das 22h30m, e fiquei ali analisando os jovens casais. Romântico como sempre fui, sempre gostei de levar a musa dileta a uma praça, sentar, papear, recitar poesia, etc. Sou do tempo do neo-romantismo (Leia-se: Vinicius de Moraes). Mas, hoje parece que a “coisa” mudou, o que se percebe é falta de amor e a necessidade de alguém para apagar a solidão. Hoje em dia o motivo de querer alguém é para não ser mais um solitário, ou ainda, para não ficar só. O que me impressiona é que muitos são felizes assim, uma felicidade patética, mas conseguem enganar ao próprio coração (felicidade de papel).O tempo estar voltando, estamos no “Arcadismo”. O Romantismo que atingiu o Brasil em meados da século XIX, foi pelo ralo. Sim pelo ralo. E os arcaicos comemoram a situação. E os românticos, sempre aguardando...No meu caso, hoje tomei uma decisão, vou ficar só por mais um bom tempo. No final das contas, de que adianta servir ao outro, enquanto o outro não aprendeu a ser mordomo em um relacionamento. Cansei da falta de altruísmo desta Nova Era (Leia-se: Neo-arcadismo). As pessoas desta Era querem trabalhar pelo próprio relógio, deixando o sentimento do outro em terceiro plano. Isto é correto? Lógico que não.

Não serei mais o último romântico, serei o ultimo solitário no mundo arcaico. A mulher de minha vida??? Pode ser Clarice Lispector? Não? Ahhhh... Então fica para a próxima edição.