quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Face secreta

Ah, os meandros da alma humana...
Nada como surpresas para nos fazer viajar em maioneses tão cor de rosa como as coloridas por beterrabas! E a mais surpreendente (perdoem a redundancia) foi descobrir a generosidade ainda maior de uma grande pessoa de quem eu nunca suspeitei ser capaz de tanta superioridade! Ontem foi um dia de descobertas, surpresas, choques, mas com um saldo equilibrado.
Desde que inventaram a internet, a vida real tem sido sabotada pela vida virtual e pelas frases copiadas e coladas que mesmo vazias de sentimento conseguem demolir vidas que se teve trabalho para construir. Fiquei olhando ontem uma ex-amiga, ex-mãe e ex-esposa, agora uma envelhecente (*), degradada, se expondo no meio da rua, aos berros, acusando outra pessoa injustamente por causa de um pilantra de msn que pôs pilha, como todos. E esta amiga generosa, ali, mantendo duramente sua neutralidade, apoiando o mais fraco, estendendo a mão amiga, sendo prejudicada por ter feito a coisa certa: dar abrigo a alguém numa noite de tempestade. Mas o pior foi esta criatura querer prejudicar uma criança, tentando obrigá-la a mentir.
Vinganças, egoísmo, coisas que nunca deixam de me surpreender!
Mas o que mais me choca, até por eu já ter vivido esta situação, é o fato de certas mães pensarem que os filhos são marionetes, mesmo que sua manipulação vá arruinar suas vidas para sempre, mais a da criança, claro, que as delas, que já não são grande coisa!

Pelo menos pude ver outra face oculta, a da grande amiga, generosa e inteligente, por que não dizer, sábia mesmo, que com sua atitude fez com que nós todos aprendessemos um pouco mais.


(*) Sei lá se já coloquei antes, envelhecente é aquela pessoa que mesmo tendo passado dos 30 insiste em se vestir de molequinho de 10 anos ou menina de 15, o que os torna ainda mais longe da infância e mais perto do reumatismo. E não se travestir de um tempo que ficou para trás e que não combina mais com eles, mas preservar as mesmas manias acéfalas se expondo a um ridículo imenso, sendo alvo de chacota da humanidade e se achando incrível, sem noção dos olhares alheios!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Mulher feia? Mulher pobre!


Olha só a Riquelme!

domingo, 26 de setembro de 2010

Lygia ( coragem) Fagundes Telles

''Nem tudo está perdido\muita coisa ainda há para se perder"  Falcão

Hoje tive o feliz acaso de me deparar com um vídeo sobre a incrível, visceral e ousada Lygia Fagundes Teles e ver o rosto, os gestos, ouvir a voz de alguém que conhecia o pensamento, a criatividade e as palavras. Na mesma hora me senti segurando o dedo de um dos entes da Ciranda de Pedra. Uma obra que falava em liberdade de opção (tinha uma lésbica) em plenos anos 50 no Brasil que ainda é tão atrasado quando o assunto é mulher. E pude me deliciar com o resumo de suas maravilhosas obras que conseguem mostrar o ser humano simplesmente como ele é, sem julgamentos, sem questionamentos, simplesmente apresentando as pessoas com sua fragilidade, insanidade, caráter ou não.

Fiquei ali pensando no que viramos hoje tendo tido mestres como Lygia, para nos lançar luz sobre o caminho, mas quem falou que alguém quis? É tão mais fácil seguir desenhinho do que ler. Vendo as fotos dos albuns de pessoas que eu fotografei e que nem este crédito é ali mencionado, sem contar o recorte para me excluir dos ditos retratos.

Falta pouco para que eu me encha de coragem e realmente tente juntar o que aprendi com a Lygia, com as Cecílias, com Veríssimo, Quintana e tantos outros. E neste dia  contar uma história (com H maiusculo enferrujado) que fará os olhos de seus cândidos filhinhos se encher de horror.

No filme "A estrada" (que já comentei aqui ano passado) o filho pergunta ao delicioso Vigo Mortensen:

- Pai, nós ainda somos os caras do bem?

No dia em que a coragem chegar líquida ou sólida, ou pior, pelas ondas da internet onde vivo surfando karmas, pais e mães ouvirão esta bela pergunta e responderão da maneira como viveram: com mais uma mentira.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Pagando promessas, ''karmas e DNA''...

Vivo escrevendo sobre as coisas mais disparatadas e muitas vezes dou minhas poetadas. Já até pensei em abrir um blog poetaria mas não quero colaborar com a poluição bloggal que se instalou, em que cada um resolve se achar o Stephen Hawkings e abrir vários tipos diferentes de bloggs, vai acabar não havendo espaço para os novos e originais, então vai aqui mesmo, conforme prometi ontem a um amigo virtual maravilhoso (Dudu K) que me encoraja muito nas minhas viagens, mas é de uma timidez e humildade que ainda destruirei:

Caixa

vozes e risos

festa, agito

tudo você vê

enchendo seu tédio

enfeitando tua angústia

lhe tirando gargalhadas

e luz nos teus olhos

até um descanso

da máquina de pensar

mas basta um toque do botão

tudo volta ao vazio

do desrespeito e do desprezo

e a festa desaparece

era só a televisão!



Nesta ''terra de gigantes'' (Humberto Gessinger), que antes trocavam ''vidas por diamantes'' e hoje tudo é tão barato, troca a vida por sexo virtual no MSN, o vácuo em que mergulha quem se recusa a entrar nesta moda e prefere preservar sua auto-estima  atinge níveis inimagináveis.

(*) As imagens que não consegui carregar vem outro dia, sorry)

domingo, 19 de setembro de 2010

Ice cream conha - sorvetes de maconha!

Em primeiro lugar, deve dizer que apesar de não usar, sou plenamente a favor de quem usa e da descriminalização de toda e qualquer droga, só não considerando maconha como droga porque se cerveja pode ser anunciada em rede nacional e cigarro é liberado, e aqui no Brasil a legislação pra tudo é pífia, dando direito a menor e quem pode pagar de matar e sair por aí debochando de tudo, que mal faz um maluco fumar um baseado e ficar ali relaxadão?

Não tem degustação no supermercado, nem pense, é vendido apenas com receita e nos US.

''Um novo ambulatório da localidade de Soquel (no condado de Santa Cruz, na California) oferece aos seus clientes sorvete com sabor de maconha como uma alternativa para a erva, disse nesta sexta-feira a mídia local. O sorvete de maconha tornou-se uma nova alternativa para pacientes que estão relutantes em fumar a erva mesmo com prescrição médica.''

E tem mais: 



''O estabelecimento que desenvolveu o produto, chamado Crème De Cana, oferece vários sabores, como Banannabis Foster, Straw-Mari Cheesecake e Triple Chocolate Brownie, disse Jonathan Klodinski, o proprietário da loja, ao canal NBC.








O caso já começa a criar polêmica, pois aluns questionam se sorvetes com esse sabor não poderiam estimular o vício.


"Todas as pessoas que provaram gostaram muito. Muitas pessoas voltam para repetir e tomar sorvete pela terceira ou quarta vez", afirmou Klodinski. Também disse que seu principal objetivo é ajudar os pacientes e que deseja evitar polêmica. "Etiquetamos explicitamente nossos produtos com uma folha de maconha, que diz que eles devem ficar longe do alcance de crianças." O proprietário do Crème de Cana também explicou que eles têm sido muito cuidado em tratar desse assunto.''

Falando a verdade, a primeira coisa que me veio à mente na hora que comecei a ser bombardeada com estes e-mails foi que parecia  aquela seção do MAD ''notícias que gostaríamos de ver''. O mais hilário é que os pacientes discriminam o baseado e vão tomar sorvetinho de erva.

domingo, 12 de setembro de 2010

Post Montanárico - Sobre Karatê kids, sebos, canções, montanhas

Sigo um blog (aliás eu sou perseguidora de blog, a verdadeira Stalker, que nunca deixa de ler, comentar, para deleite de poucos e desespero de alguns e delete de outros tantos que morrem de vergonha de mulher), do Eduardo Montanari, o


e suas filosóficas postagens sempre reunem um grupo em volta do meu note nos meus intervalos para lermos e comermos pipoca, ruffles, cheetos, tomar H2O, laranjinhas, sucos e aquarius e discutirmos juntos. É uma orgia cultural e junkie food, a melhor gastronomia. Por isso hoje vou dar uma ''montanada'' aqui:

Subtítulo

Sobre  velhas músicas, poetas, sebos, karatês kids, kung fus, cinema, vitrines, canções, frases, epifânias e muita pensação.
Andei pensando, pra variar, e sonhando e viajando no tempo ontem quando fui assistir a contragosto, mas saí plenamente satisfeita (eita telemarketing bravo) do Karate Kid com Jaden Smith, filho do Handsome, hot, Will Smith.

Olha a sacanagem, e depois dizem que eu é que invento coisas: aí diz - vamos estragar um dos filmes favoritos da tua infância! Só porque eles são lindos, talentosos e de sucesso.



 Apesar de arrastada pois odeio shopping e como moro longe de tudo, o único cinema em cidade próxima fica em shopping, escolhi o menor. Ali já tinha me surpreendido uma vez com um perfume com meu nome. Aquelas vitrines com esqueletos em que a roupa cai bem deprime e encoraja qualquer mortal comum ao suicídio. Aquele desfile de  zumbis sem cérebro hipnoticamente atrás de despejar dinheiro que às vezes nem tem é podre.
Mas, voltemos ao sebo. Antes de entrar nesta auto-flagelação encontrei um sebo! Ah, que delícia ficar ali dentre a cultura e a música antiga num idioma morto, no caso o francês, vendo coisas do tempo que felizmente já está sepultado, aquelas figuras sorridentes que já habitam o umbral, outras o inferno, algumas o olimpo. Livros, livros e mais livros. E até consegui comprar DVD e CD (sim, eu ainda ouço CD, apesar de ser no carro, ou num aparelho na cozinha que já é jurássico aos 5 anos); a particularidade desta mídia linda e brilhante desta vez foi trazer a voz de outra criatura que tirei do meu limbo particular:

''devolva-me o que você levou
Oh
leve-me contigo
perca-se comigo''

e

''quando te vi tive a impressão
de que não era a primeira vez
quando te vi
tive certeza
de que não seria a última vez''

e

''no alto da montanha
no arranha céu''

Quantas vezes eu fiquei no arranha céu (que não sei agora se leva hifén enquanto tc em espanhol e inglês no msn) fingindo estar na montanham, ouvindo gauchices e fingindo sentir o perfume que emana do campo e da terra verde, verde, verde...

Aí lá vamos nós descer a terra desalmada e assistir o filme.

O Jaden Smith com o penteado Snoppy Dog e nome DRE (rapper adorado e cult não sei por qual razão, mas deve ser das boas) vai pra China com a mãe e a China é mostrada como um país incrível, assim o episódio massacre do Tibet vai para baixo do tapete (welcome to my life, Tibetan people), e lá apanha do valentão da escola, que é treinado por um verdadeiro e impiedoso mestre, todos de roupa preta (e olha que o Jaden é Afroamerican!) e Jackie Chan faz um papel dramático. Só tem uma cena em que ele maceta os bullies e é engraçada. O Justin não fez nenhuma participação especial o que fazia as meninas o tempo todo o procurarem em algum local do cenário. A música Never say never só toca depois que acaba. Mas o filme tem uma frase batatal que guardarei:

A vida pode te derrubar mas é você que escolhe se vai se levantar ou ficar caído.

claro, aqui tem uma dose de batata frita pra confundir o cérebro com a overdose de gordura e carbohidrato, mas era isso, em síntese. Era só a caneta passando de mão em mão enquanto a frase verdadeira era copiada!

Ali durante o filme lembrei de muita coisa, lamentando meu Karma e DNA, e a indisposição para treinar alguma coisa, eu que adorava dançar jazz, aeróbia, Tae Kwon Do, mas o corpo não ajuda. Acho que vou ficar no chão mesmo, porque já disse it´s now or never, never say die, never ever ever be appart, e agora vou deixar never say never pra esta geração. Espero que se o mundo não acabar mesmo numa imensa colisão com o asteróide, meteoro ou algo quem vem disparado em direção ao planeta dos zumbis e especialmente os globestas nacionais, esta geração de meninas ativas consiga chegar aqui na última temporada com o lema never say never.
Subi a montanha em direção ao meu mundo particular ouvindo a voz do Humberto Gessinger cantando as canções que eu tinha esquecido (valeu, amigo engehaw por me lembrar que ele existiu), arrependida de ter dado todos os meus discos, cds, e agora ter que andar na internet onde não tem free download das músicas lado B que eu quero e em todos os sebos do mundo. De ter me dedicado tanto a cultura alternativa que hoje se dedica a divulgar a estrela da novela da globo! Pena que o personagem de Jackie Chan não tenha uma frase para me consolar e me dar um motivo tal qual Wander Wildner pede na canção, para não chorar.
Humberto aqui na melhor fase dos Engenheiros, que eu não peguei muito pois só podia ouvi-lo no armário sob pena de apanhar dos meus companheiros de banda, zine e outras trairagens.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O misterioso desaparecimento de José Zinerman

Falar do NOG, como era chamado carinhosamente nos tempos em que tive a felicidade de me reunir periodicamente com ele, José Salles, Cecília Fidelli, Laerçon e companhia, seria uma puxação de saco sem fim, por isso clonei o artigo da primeira enciclopédia de fanzines


na qual alguns não figuram porque seu autor, quando contatado por nossos amigos e parceiros de fanzine - desesperados por holofotes da fama do qual se julgam merecedores; não mencionaram que existia muito mais que suas obras de arte davicianas e filosóficas e críticas tanto quanto as de Marx e Engels.
Mesmo assim, por um vacilo incrível do destino, lá está o irriquieto e genial NOG, que desde os anos 70, quando era chamado de Cidinho pelos amigos do Made in Brazil (banda pioneira do rock nacional), já criava seus poemas, roteiros, desenhava e além disso era tremendamente carismático, mesmo com uma história pessoal tão trágica que só empataria com a minha que é a pior de todas de todos os tempos. Tive a honra de participar com ele de alguns filmes B do Salles (além de escritora, fui atriz de teatro amador e filmes thrash paulistanos), quando nos divertimos imensamente, num deles até a Cecília e o Laerçon foram.


Leiam:

É escritor, poeta, criador de personagens (“Bangerlongo”, “Dick and Pussy” e “As Camisinhas Falantes”) e o primeiro fanzinista a editar em fita cassete e VHS.



Foi por volta de 1977 que começou a ver que os fanzines é a mais democrática forma de expressão. E, como não podera deixar de ser, desde então, tem publicado suas idéias e as de alguns amigos e colaboradores, desde as suas variadas influências musicais à mais contundente crônica do cotidiano.


Nasceram, em parceria com Sílvio Passos: Outlaws (Fora-da-Lei), Demon & Wizards (homenagem à banda “Uriah Heep”), Pirata (microjornal) e Newspop (década de 1970); Metamorfose, com Sílvio Passos (publicação oficial do “Raul Rock Club”, fã-clube de Raul seixas), na década de 1980; Johnny B. Good Zine, Banger B. Good Especial (com uma HQ da personagem “Bangerlongo” - espelho da mutável personalidade humana, cujas formas e estilos que encarnava de pessoas queridas eram uma homenagem à genialidade e à loucura de cada um), o consagrado Delírio-Cotidiano Zine (quase três dúzias de edições), Na Veia, Sem Anestesia Zine (os números 16 e 17 foram editados num único fanzine, com duas capas), Rock-On Zine, Blues Press, Delírio-Áudio-Zine (em fita cassete), contendo entrevistas, divulgação de espetáculos, lançamentos diversos, zines, demos etc., Arquivo Geral Vídeo Zine (em VHS, relançado em 2001), na década de 1990; Dick and Pussy HQ Zine, Rima Negras e Poeróticas, com Eduardo Manzano, Heavy Metal, com Reginaldo Leme, na década de 2000.


Editor compulsivo, já participou de dezenas de fanzines de terceiros, como: Marsupial, Boca Suja, Lady of Me Flowers, Tom Zine, Informativo Cultural Pop e Anta Comics, além dos curtas-metragens: “Maconheiros” (40 min.) e “Os Reacionários” (40 min.), de “Daddy Inc. S/A.


Foi editor de Blues & Rhythms Magazines (Editora Abraxas, 1996). Na sua incansável luta pelos caminhos fanzinísticos, foi um dos organizadores da “II Mostra Internacional de Fanzines”, na Livraria Futuro Infinito, de São Paulo-SP, em no mês de julho de 2000.


É, também, conhecido como Zinerman.

Fica registrada aqui a eterna lembrança do meu querido amigo José Aparecido Nogueira, do qual há muito não temos qualquer notícia. Lembro de um episódio em que mesmo à distância gerou incríveis gargalhadas: eu me mudei de São Paulo para uma cidade pequena e bem isolada não só geográfica mas culturalmente do resto da humanidade. Ali pra acabar de endireitar, ainda escolhi uma casa na região metropolitana, num matão de meu Deus, mesmo a 5 minutos do centro da capital daquele estado. NOG me mandou a famosa carta social, que usávamos no tempo do zine e com os e-mails engatinhando, eu tinha mas a maioria não queria nem ouvir falar em internet. Esta carta levava um selo de um centavo devidamente lambuzado de cola. O gerente do correio me mandou uma intimação para comparecimento e me deixou abaixo de cocô de cahorro do bandido dizendo que não ia admitir uma pessoa como eu utilizando o sagrado serviço postal brasileiro para tais fins. E como eu rasguei o verbo ciando a legislação (ele não sabia do esquema da cola pra reaproveitamento por pura molecagem) ameaçou me mandar para a cadeia da delegacia local. Aí é que veio o inusitado: como não havia cela, construiram uma espécie de jaula onde os detidos ficavam. E eu quase ia parar lá por amor ao  amigo amissíssimo NOG!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Candidatura segundo Falcão

@brega_falcao SeCandidatoEuFosse: Procuraria aumentar meu tempo na TV, pra poder mentir com mais sinceridade

 Procuraria pensar em temas que causassem polêmicas inócuas e discussões que não levassem a nada.

 Diria que sempre tive um talento diabólico pra essas coisas angelicais.

Consideraria as acusações contra mim como o apêndice de uma geringonça chamada “culpa no cartório”.

 Desviaria o foco da responsabilidade fiscal, confundindo-a com a irresponsabilidade do fiscal de linha.
Declararia que o pior das apreciações congêneres são as depreciações subalternas no recôndito das heresias.

 Faria alianças com dois objetivos: o primeiro e o segundo, necessariamente nessa ordem.

 Fazia-me de morto diante de acusações de envolvimento em fraudes. Pois a vida é uma cova rasa.

mas antes sua suma sabedoria:

 Cheguei agora e fique atarantado, correndo de um lado pro outro, no afã de ver se era eu mesmo que tinha vindo comigo.

Se o Falcão não existisse, acho que eu não teria forças, que me vem das gargalhadas que ele me provoca. Amo Falcão e invejo quem possa desfrutar de sua presença literalmente grandiosa!

E em seu twitter que me ampara diariamente diante desta vida cruel cheia de egoístas,
ainda tem o balcão de empregos com vagas que lhes cairia como uma luva tais quais:

Calibrador de boga de baitola. Mercado em expansão.
Catador de carrapato em preá com especialidade em mocó
Desembaraçador de cabelo de rastafari com atestado de antitetânica em dia  

!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!Blog da Cecília Fidelli!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Não sei se já poetei isso aqui antes, mas se já, perdoem o momento alzheimer:

Rasgos

Belas letras são um equívoco
Um embuste
Aderi ao rabisco
Rompante
Garrancho
Guardanapo de pastelaria
Extrato, recibo, cupom
Ali fica o sentimento
O grito, a voz rouca, o riso
O choro, a dor, o ódio
A lembrança,
Escrita em batom ininteligível
Que jamais digitada, amarela.
Desaparecem no nada
Amores, amigos, bichos
Flores,folhas, pássaros e borboletas.

Obviamente, foi quando estava tentando concluir um mestrado em literatura inglesa, norte-americana, portuguesa e brasileira. Pra variar, cortaram os bolsistas porque já tinham professores dando aula de graça em troca de curso mais que o suficiente na instituição e fomos todos para o enorme lixão da cultura nacional. E voltei às origens de born to lose.


Stop the press! Cecília finalmente se rendeu ao blog, e espero que assim se torne mais conhecida, e consequentemente mais admirada por seu talento, sensibilidade e arte, o que já deveria ter acontecido há pelo menos duas décadas. mas este país onde só se entende o que é desenhado e olhe lá...

http://ceciliafidelli.blogueiros.net/

bem que eu queria que ela estivesse aqui no blogger.com, sem propaganda, mas depois de me deletarem no wordpress (provavelmente pelos mesmos motivos dos boicotes dos meus ''amigos'' de fanzine, hoje com certificado de jornalismo expedido por faculdade de  R$199,00 ou que acerteram na loteria dos vestibulares de universidades federais, no puro chutão mesmo), blogger Brasil, e etc.. -  mas tá valendo, Cecília Fidelli é sempre sinônimo de arte, sentimento e vida.




Vou dar até uma poetada

Dadididu



Dia cinzento
E


Faróis azuis sorriam
Pêssego ainda não degustado
Proibido
Apenas e tão somente
Roçado com os lábios
Qual será o sabor...
E uma fileira de pérolas
Madrepérolas e marfins
Imersas em cereja ao licor
Me enchem a boca d’água
enchem os olhos
e os ouvidos
esta sempre ali
é só ir
mas a coragem....


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Cecília Fidelli: talento, garra e poesia

continuação da saga: fanzines, os excluídos


QUE BOM QUE O AMOR NUNCA ACABA.



É SÓ TORCER O SENTIMENTO,



QUE AINDA SAI MUITA LÁGRIMA.



 

Você confundiu com Cecília Meirelles. E ninguém neste mundo é mais digna de tal confusão. No meu tempo de fanzine tive a hora e o privilégio de conhecê-la e de receber sempre suas cartas amigas, seus poemas maravilhosos e vê-los nos nossos fanzines também. De uma criatividade e um talento nunca igualados, Cecília sempre foi mágica com as letrinhas. Uma mulher muito bonita, de olhos brilhantes, que tem dois filhos lindos que conheci quando crianças, e uma batalhadora na vida, no underground, corajosa e que nada conseguiu derrubar, aí vai um pouco de sua história, contada por ela mesma.

CECILIA FIDELLI.




Só posso copiar e colar o carinho e atenção que recebi de Cecília como forma de gratidão pela nossa amizade do passado e da atenção, generosidade e carinho do presente:


MUITA PAZ E MUITA POESIA EM SUA VIDA, CECILIA FIDELLI!



No tempo em que os fanzines eram de papel e as letrinhas como as de bula de remédio, ela era presença obrigatória e solicitada em todos os fanzines, fossem de que estilo fossem, e nos nossos mais ainda.








Poetisa e editora dos informativos alternativos culturais  REVIRAGITA POESIA E LETRA VIVA, pertence a várias instituições culturais do país, tem poemas e artigos publicados em diversos jornais do Brasil, participação em várias coletâneas e como convidada especial em livros de poesia de poetas amigos.
   PREFACIOU O LIVRO - POEMAS DOMADOS SOB O SIGNO DA LUA, Do jornalista brasiliense Anand Rao. Teve muitas publicações independentes com o apoio da infelizmente já extinta SOCIEDADE DOS POETAS  ALTERNATIVOS - SP - 

 RECEBEU MUITAS HOMENAGENS E PRÊMIOS COMO:

- A POETISA DESTAQUE DO UNDERGROUD BRASILEIRO EM 98, 99 E 2.000

Tem mais:

COISA NOSSA E LOGO EM SEGUIDA, CORES DA ALMA, COM


ALGUMAS POESIAS, MUITOS POEMAS E VÁRIAS CITAÇOES.


SONHO - R E A L I Z A DO !


Em suas palavras:


ADQUIRÍ COM ISSO, UM POUQUINHO DE

AMADURECIMENTO.

DIRIA QUE SUBI MAIS UM DEGRAUZINHO.

SOB A INFLUENCIA DE POETAMIGOS QUE NUNCA

ME ABANDONARAM, CHEGUEI AO ORKUT.

AFINAL, HAVIA PERDIDO MUITOS CONTATOS

PRA INTERNET.

ENTAO ME RENDÍ.

SABE, COM A IDADE A GENTE VAI FICANDO MAIS

BOAZINHA, MAIS COMPREENSIVA, MAIS

TOLERANTE.

MAS, MESMO ASSIM, HOJE SOU MAIS ZINEIRA QUE

POETA. ME IDENTIFICO COM A GALERA DA MÚSICA,

COM OS DESENHISTAS, QUADRINISTAS... DO QUE

COM A POESIA PROPRIAMENTE DITA.

EU SOU DO TIPO QUE NAO PRECISA DE UM TEMA

PRA ESCREVER. , ,MAS, DE UM MOTIVO.

É ISSO.

MAIS UMA PÁGINA ESCRITA. MAIS UMA ETAPA VENCIDA.

MAS, CONTINUO SEMPRE EM BUSCA DE NOVAS LUZES.

HOJE, AS LONGAS SENTENÇAS SOBRE INJUSTIÇAS

TRANSFORMARAM-SE.

HOJE, PASSO MAIS PERFUME AOS NARIZES ALHEIOS.

MAS, DE QUALQUER MODO, AINDA NAO SOU UM REDUTO

DE LIRISMO.



NOS MEUS ÁLBUNS DO ORKUT SOB OS TÍTULOS - REVIRAGITA

POESIA 1 E 2, VOCE PODE SABER MAIS SOBRE MIM.



COMO NAO TENCIONAVA LUCRO, E A RECEPTIVIDADE FOI

MUITO BOA, LOGO SE ESGOTARAM.

ENVIEI EXEMPLARES PRA VÁRIAS INSTITUIÇOES CULTURAIS,

BIBLIOTECAS, ETC...

FIQUEI, POR MOTIVOS QUE NAO VEM AO CASO, AFASTADA

DO MEIO POÉTICO POR 8 ANOS APROXIMADAMENTE.

NESSE PERÍODO ME DEDIQUEI EXCLUSIVAMENTE AO

ARTESANATO. UM OUTRO ATO, UMA OUTRA ARTE E À

MUITA LEITURA SOBRE ESPIRITUALIDADE E ANIMAIS.

FUI ATIVISTA CULTURAL DE 89 A 2005.

NESSA TRAJETÓRIA, O MAIS SIGNIFICATIVO FOI O

ALTERNATIVO CULTURAL REVIRAGITA POESIA, QUE

EDITAVA, SEMPRE OBJETIVANDO VALORIZAR E

DIVULGAR A ARTE INDEPENDENTE PRODUZIDA EM

NOSSO PAÍS. DE NORTE A SUL, DE LESTE A OESTE,

O REVIRA CIRCULOU VIA POSTAL.

TINHA PERIDIOCIDADE INCONSTANTE.

AS VEZES SAIA UMA VEZ POR MES, OUTRAS, UMA

VEZ POR SEMANA...

COM MATÉRIAS INFORMATIVAS, NUNCA CRÍTICAS,

E NA BASE DA XEROX.

MUITOS ARTISTAS DE TODOS OS SEGMENTOS POR

ALI DESFILAVAM.


Deixei apenas estes dois poemas dos milhares que ela escreve e são maravilhosos por terem mais a ver com o meu momento bipolar sabor campari, vermelho, amargo mas irresistível para alguns, que eu odeio, mas não encontrei materialização melhor.




NUM CAFÉ, PREPARO SONHOS AMARGOS.

AÇUCAR NA XÍCARA...

AOS PULMÕES, CIGARROS.

À ALMA, SENTIMENTOS TRISTES

POR MEUS IRMÃOS EGOÍSTAS,

QUE NÃO CONSIGO PERDOAR.

NUM CAFÉ, PREPARO SONHOS AMARGOS.

MUITAS VEZES, O FUNDAMENTAL

É JULGAR.



Meu amado imortal

Não faço idéia se já homenageei um dos meus adorados mestres dos clássicos, e que teve uma vida angustiada muito pior que a minha (olha que dificilmente alguém consegue me superar em infelicidade, rejeição, injustiça e perseguições, assim como em amores platônicos). Então, usando o já gasto bordão, mas que ainda like, senta que lá vem a história, traduzida do alemão por minha boa amiga Lotte, sublinharei as partes mais pitorescas para os preguiçosos que aqui surgirem tornando mais divertido:

Beethoven foi batizado em 17 de Dezembro de 1770, tendo nascido presumivelmente no dia anterior na Renânia do Norte (Alemanha). Sua família era de origem flamenga, seu avó Ludwig, de quem herdou o nome, nasceu na Antuérpia em 1712, e emigrou para Bonn. Descendia de artistas, pintores e escultores. Era músico e foi nomeado regente da Capela arcebispal na corte de Colônia (Köln em língua alemã). Na mesma capela o pai de Ludwig, era tenor e também lecionava. Foi dele que Beethoven recebeu as suas primeiras lições de música. Devido a sua tez morena e cabelos muito negros era chamado de "o espanhol".


A mãe de Beethoven, Maria Magdalena Kewerich (1746-1787), era filha do chefe das cozinhas do príncipes da Renânia. Casou-se duas vezes. O primeiro marido foi Johann Leym (1733-1765), viúva, casou-se com Johann van Beethoven (1740-1792), músico alcoólatra. Tiveram sete filhos: o primeiro Ludwig Maria que nasceu e morreu no ano de 1769; o segundo Ludwig van Beethoven (1770-1827), o compositor, que morreu com 56 anos; o terceiro Caspar Anton Carl van Beethoven (1774-1815) que também tinha dotes para a Música e que morreu com 41 anos; o quarto Nicolaus Johann van Beethoven (1776-1848), que se tornou muito rico, graças à indústria farmacêutica, e que morreu com 72 anos; a quinta Anna Maria, que nasceu e morreu em 1779; o sexto Franz Georg (1781-1783), que morreu com dois anos de idade; e a sétima Maria Magdalena (1786-1787), que morreu com apenas um ano de idade. Portanto, Beethoven – que foi o terceiro filho da sua mãe e o segundo do seu pai – teve sete irmãos, cinco dos quais morreram na infância. Quanto aos irmãos vivos, Beethoven foi o primeiro, Caspar foi o segundo e Nicolaus o terceiro.


Ludwig nunca teve estudos muito aprofundados mas sempre revelou um talento exepcional para a música. Com apenas nove anos de idade foi confiado a Christian Gottlob Neefe (1748-1798) que lhe deu a conhecer os grandes mestres alemães da música. Compôs as suas primeiras peças aos onze anos. Os seus progressos são de tal forma notáveis que 1784 já era segundo organista da capela do Eleitor. Pouco tempo depois é violoncelista na orquestra da corte. Em 1787 é enviado para Viena para estudar com Joseph Haydn onde este o apresentou a Wolfgang Amadeus Mozart, que viu o talento prodigioso de Beethoven e proferiu a célebre frase "Não o percam de vista, um dia há de dar que falar".


Tinha como hábito despejar água gelada sobre a cabeça sob o pretexto de que isso estimulava o cérebro. E deixar o pinico embaixo do piano, e não da cama, como era usual na época em que viveu.

Em 1792, muda-se para Viena, e, afora algumas poucas viagens, permaneceria lá para o resto da vida. Durante os anos 1790, firma uma sólida reputação como pianista virtuose e compõe suas primeiras obras-primas: Três Sonatas para piano Op.2 (1795), Concerto para Piano No.1 em Dó maior Op.15 (1795), Sonata No.8 em Dó menor Op.13 [Sonata Patética] (1798), Seis Quartetos de cordas Op.18 (1800).

Em 2 de Abril de 1800 sua Sinfonia Nº1 em Dó maior Op.21 estréia em Viena, mas no ano seguinte ele confessa aos amigos que não estava satisfeito com o que tinha composto até então e que havia decidido seguir “um novo caminho”.
Pelos seus 24 anos (1794), Beethoven sentiu os primeiros indícios de surdez. Consultou vários médicos, inclusive o médico da corte de Viena, fez curativos, realizou balneoterapia, usou cornetas acústicas, mudou de ares, mas os seus ouvidos permaneciam enrolhados. Desesperado, entrou em profunda crise depressiva e pensou em suicidar-se. Em 1802, escreve o seu testamento aos seus dois irmãos vivos Karl e Johann: é o «Testamento de Heilingenstadt». Dentre seus problemas de saúde, ficou com o rosto marcado pela varíola.

Embora tenha feito muitas tentativas para tratá-la durante os anos seguintes, a doença continuou a progredir e, aos 46 anos (1816), estava praticamente surdo. Porém, ao contrário do que muitos pensam, Beethoven jamais perdeu toda a audição, muito embora não tivesse mais, em seus últimos anos, condições de acompanhar uma apresentação musical ou de perceber nuances timbrísticas. Em sua obra 'Uma Nova História da Música', Otto Maria Carpeaux afirma que Beethoven assistiu à primeira apresentação pública da sua 9ª Sinfonia (ao lado de Umlauf, que a regeu, como ficou registrado por Schindler e mais tarde por Grove), mas abstraído na leitura da partitura, não pôde perceber que estava sendo ovacionado até que Umlauf tocando seu braço, voltou sua atenção a sala, e Beethoven se inclinou diante do público que o aplaudia. De 1816 até 1827, ano da sua morte, ainda conseguiu compor cerca de 44 obras musicais.

Em 1803 Beethoven começa a trilhar aquele “novo caminho” com a Sinfonia nº 3 em Mi bemol maior Op.55 [Eroica], uma obra sem precedentes na história da música sinfônica, considerada o início do período Romântico na Música Erudita. Os anos seguintes à Eroica foram de extraordinária fertilidade criativa e viram surgir numerosas obras-primas: Sonata nº 21 em Dó maior Op.53 [Waldstein] (1804), Sonata nº 23 em Fá menor Op.57 [Appassionata] (1805), Sinfonia No.4 em Si bemol maior Op.60 (1806), Três Quartetos de cordas Op.59 [Rasumovsky] (1806), Sinfonia No.5 em Dó menor Op.67 (1808), Sinfonia nº 6 em Fá maior Op.68 [Pastoral] (1808), Concerto para Piano nº 4 em Sol maior Op.58 (1807), Concerto para Violino em Ré maior Op.61 (1806), Concerto para Piano nº 5 em Mi bemol maior Op.73 [Imperador] (1809), Quarteto em Fá menor op.95 [Serioso] (1811), Sinfonia nº 7 em Lá maior Op.92 (1812), Sinfonia nº 8 em Fá maior (1812), e a primeira versão da única ópera de Beethoven, Fidelio (a versão definitiva é de 1814).


Beethoven musicou a Abertura de Egmont, escrito por Goethe.


Depois de 1812, a surdez progressiva aliada à perda das esperanças matrimoniais e problemas com a custódia do sobrinho o levaram a uma crise criativa que faria com que durante esses anos ele escrevesse poucas obras importantes.


A partir de 1818 Beethoven, aparentemente recuperado, passou a compor mais lentamente, mas com um vigor renovado. Surgem então algumas de suas maiores obras: Sonata nº 29 em Si bemol maior op.106 [Hammerklavier] (1818), Sonata nº 30 em Mi maior Op.109, Sonata nº 31 em Lá bemol maior Op.110 (1822), Sonata nº 32 em Dó menor Op.111 (1822), Variações Diabelli Op.120 (1823), Missa Solemnis Op.123 (1823). A culminância desses anos foi a Sinfonia nº 9 em Ré menor Op.125 (1824), para muitos a sua obra-prima. Pela primeira vez é inserido um coral num movimento de uma sinfonia. O texto é uma adaptação do poema de Schiller “Ode à Alegria”, feita pelo próprio Beethoven.


Os anos finais de Beethoven foram dedicados quase que exclusivamente à composição de quartetos de cordas. Foi nesse meio que ele produziu algumas de suas mais profundas e visionárias obras: Quarteto em Mi bemol maior Op.127 (1825), Quarteto em Lá menor Op.132 (1825), Quarteto em Si bemol maior Op.130 (1826), Grande Fuga Op.133 (1826), Quarteto em Dó sustenido menor Op.131 (1826) e Quarteto em Fá maior Op.135 (1826). Sua influência na história da música foi imensa. Ao morrer em 26 de Março de 1827 estava trabalhando supostamente em uma décima Sinfonia. A suspeita vem por causa de varios "S" escritos como identificação nas partituras encontradas. Conta-se que cerca de dez mil pessoas compareceram ao seu funeral. Entre os presentes, Franz Schubert.

Provavelmente vocês hão de se perguntar: porque a tia, apesar de bipolar, hoje veio com o Beethoven - é porque fiz um teste que me disse que meu gênio louco era, nada mais, nada menos que ele!