segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Rita Lee vai nos deixar!

Desnecessário qualquer biografia, mas tem uma aí em baixo. Gosto de me lembrar daquela moça linda, que saía no seu Jeep numa São Paulo de um Brasil arcaico, dando carona ao Gilberto Gil (na época uma sub raça na mente dos prosaicos brasileiros), Jorge Ben, e tantos outros que mais tarde se tornaram celebridades, parecendo saída de um dos filmes sobre hippies dos cines da Avenida Paulista, e que as mulheres, que na época eram o contrário das piranhetes barraqueiras de hoje, proibiam os filhos até de olhar, quanto mais cantar suas músicas pouco conhecidas, privilégio de uma militância underground mais organizada que a Al Qaeda, e que eu curtia sob censura e olhares de reprovação e desgosto.
A aparição dela e os Mutantes na TV, na época em que se fingia que as mulheres eram virgens, vestida de noiva grávida, foi um choque de monstro para os atrasados brasileiros e uma verdadeira recarga de energia aos que já tinham nascido revoltados como eu.

Adorava ver a cara das pessoas quando ela declamava na música Beija-me amor - para que possa sentir o gosto sem gosto de cusp! O vírus do Rock já tinha me contaminado antes de nascer! Mas ela foi fundamental para enriquecer este espírito de vida que eu trouxe.

Agora, meio século depois, lá vem o anúncio, depois de ela ter feito aquela maravilhosa aparição com o Sergei mostrando a bunda no país da baixa auto estima, que vai deixar os palcos infinitamente mais pobres.
Ninguém, nem homem, nem mulher, nem GLSBT neste país foi tão corajoso, tão incrível, teve tanto talento e tanto brilho! Fica aqui meu eterno amor e uma reverência a minha rainha!

Rita Lee para sempre!


biografias:


http://whiplash.net/materias/biografias/038389-ritalee.html

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