sábado, 29 de agosto de 2009

A noite em que a terra parou

Num domingo normal, que prefiro nem dizer a data macabra, estava eu em plena festa ouvindo Ramones em casa (morava em SP resgatando um Karma muito ruim que sempre tive), toda feliz como era naquela época,  quando as 2 e meia da tarde tenho um ataque de choro. Todo mundo assutou porque nunca choro, a não ser de raiva. Mas estava chorando de tristeza. Uma tristeza enorme, sentindo que nunca mais ia ver os Ramones. Excluída a possibilidade de ter bebido (só toma água e suco), passou. No dia seguinte fui entregar o povo na rodoviária e voltava umas 11h da noite ouvindo o programa do Kid Vinil, velho companheiro das manhãs em frente à Woodstock. O programa já vinha tocando Ramones há umas horas quando ele aparece (geralmente ele falava no programa e não ficava só tocando música) dizendo: hoje eu não tenho condições de fazer o programa e ele é todo dedicado a memória do grande Joey que nos deixou ontem... Nem ouvi mais nada e quase passei por cima do canteiro! Um motoboy veio até o carro me ajudar. Ali acabou a vida que eu pensava que levava, todas as fichas cairam no mesmo instante. Foram tres dias de choro e ranger de dentes. Um mes depois, estava longe, no meio do mato, dei adeus a tudo e fui tentar viver outra vida, que também se revelou muito complicada, em vez de simples.


POr muito tempo não podia ouvir sua voz, ver suas fotos, lembrar dos amigos cantando Daisy em lugar de todas as palavras baby nas múscias, do dono do barzinho tocando She´s a Sensation sempre que eu apontava na rua, da felicidade enorme que senti a primeira vez que te vi materializado em SP, da sua simplicidade, do seu sorriso amarelado e sem graça a cada elogio dos seus fans, da enorme alegria que sentia quando ouvia o disco novo, do fã clube oficial do Douglas, da galeria... Ainda estou aqui, neste mundo, só para sentir saudade de você. Revoltada com um personagem que te mostra debilóide quando você foi tão genial, tão generoso e altruísta. I remember you. Forever.

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