quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Quem matou a poesia?

Disse HG (*) citando Ferreira Gular talvez. Mas a arte vive fora do quadradismo da academia:

Hora degradê




Vai então,
ser top model do próprio destino,
da verdade onipresente,
da impotência em revidar.

Viver suas rimas
tão cheias de prosa,
tão ricas,
tão infelizes.

Vai,
interpretar os tais sonhos escolhidos a dedo,
que falar por falar sem falar por si mesmo
é imensa ousadia pra quem nada diz.

Vai,
ao pregão dos leiloeiros do caminho que é sem volta,
já que o valor do lance também pouco lhe importa
quando a vã recompensa são embalos de sábado adeus.

A horta dos sonhos meigos é regada a palavras chulas
e exige bem mais trabalho que a indústria da eterna mesmice.

Então vai você, que eu fico por aqui mesmo,
sabedor que seu vinerlóser não passa de moeda de troca no câmbio da ideologia, analfabeticamente rendido ao mantra:

Muito karma nessa hora...


Paulo Eduardo de Freitas Maciel de Souza y Gonçalves


(*) (Humberto Gessinger - para os mais novos). 

Como é bom que existam mais mutantes que identificam o som e a cor contidos nos códigos.

3 comentários:

  1. Paulo Eduardo mandando ver nos poemas... acho que vou fazer uma homenagem a ele e postar no meu, tb. Só não entendi o que é vinerlóser...

    Vim aqui para retibuir o comentário e respondê-lo:

    "Não é sobre dieta" é ótimo rs. Ainda bem que não é hehehe..

    Gostei da definição de que você "só pode olhar a vida sem vivê-la, como as plantas".

    Boa sorte aí no Sul. Se bem que precisarei de mais sorte aqui neste Hell de Janeiro.

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  2. Winner e Loser: moda entre a criançada televisiva agora chamar de loser e fazer o l com o dedo. Winner - ganhador, bem sucedido e loser é fracassado, aquele cara maloqueiro, tonto, fadado a ser mendigo por opção aliada a vontade de apárecer e preguiça mental. Daí nosso poeta cunhou: vinerloser!

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